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OUTRO LADO
Contrato fala em produto, não em serviço, diz IBGE
DE SÃO PAULO
O coordenador de recursos
materiais do IBGE, Waldir
Fortunato Jr., declarou que o
instituto cumpriu todas as regras previstas na lei de licitações para contratar a empresa FG, autuada pelo Ministério de Trabalho.
"Nossa relação é contratual com a FG. Ela participou
do pregão eletrônico, que é a
modalidade preferencialmente usada pelos órgãos
públicos no processo licitatório. E, dentro do pregão, foi
possível aferir a capacidade
de produção da empresa para fornecer os coletes. Cumprimos tudo o que a legislação determina."
O coordenador acrescentou: "O IBGE não contratou
uma prestação de serviço,
mas o fornecimento de produtos. O IBGE tem responsabilidade pelo produto".
Fortunato Jr. disse que os
R$ 4,3 milhões foram pagos à
FG quando ela terminou a
entrega dos coletes, o que o
impede de acatar a sugestão
da fiscalização de interromper o pagamento até que a FG
recolha os valores de FGTS e
pague os autos de infração.
"Se for apurada sonegação
fiscal, deve ser imputada à
empresa responsável pela
terceirização irregular, não
ao instituto", afirmou.
O coordenador afirmou
ainda que "compete aos órgãos de controle, como o Ministério do Trabalho e o das
Relações Exteriores, apurar
as irregularidades e cobrar as
responsabilidades sobre essa
questão".
A FG, empresa paranaense
que venceu a licitação, informou que já recorreu dos 30
autos de infração aplicados
pela fiscalização e que apresentou toda a documentação
que prova que sua situação
fiscal é regular.
"Só tomamos conhecimento pelos fiscais da situação [de trabalho irregular].
Nossa empresa não tem nada
a ver com as empresas terceirizadas. Pagamos R$ 255 mil
para a Milton Borges Ferreira
Confecções, de Guarulhos,
fazer 51 mil coletes", afirmou
Claudenilson Gonçalves Daniel, um dos sócios da FG.
Segundo o empresário, ele
atua no ramo de confecções
de uniformes "há mais de 20
anos" e "nunca tivemos problemas, o que até nos impediria de participar das licitações". Essa foi a primeira vez,
segundo ele, que contratou a
confecção de Guarulhos para
auxiliar na fabricação de peças. "Ela não está entre nossos fornecedores assíduos."
Ferreira, proprietário da
confecção que subcontratou
a oficina de Willy Perez Mamani, afirmou que teve 45
dias para fabricar os coletes
para a FG. "Sempre trabalhei
com cerca de 12 a 13 oficinas e
nunca tive problemas."
Após a fiscalização, ele registrou oito empregados que
eram temporários (sem carteira). "Agora só trabalho na
legalidade."
(CR)
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