São Paulo, sexta-feira, 21 de janeiro de 2011 |
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ANÁLISE Filantropia adota gestão de resultado no lugar de ação "missionário-caritativa" MARCOS FLÁVIO AZZI ESPECIAL PARA A FOLHA A filantropia no Brasil vem sofrendo uma importante transformação. Cada vez mais, o setor vai deixando a atuação "missionário-caritativa", predominante há quatrocentos anos, e vem surgindo uma atuação social com foco em gestão, visão de longo prazo e atuação na causa em vez da consequência. Esse novo foco tem como principais diferenciais o conhecimento da real necessidade da demanda (e não apenas do que se pode ofertar) e o trabalho em rede. As instituições filantrópicas que atuam dentro desse conceito estipulam metas no início do projeto e trabalham com cobrança periódica de resultados -os projetos podem até ser cancelados no meio do período de acordo com o desempenho. Trata-se de ter planejamento estratégico de longo prazo e aderência à missão e à visão -ter em mente onde se quer chegar, e não o aqui e agora. Estamos entrando num período em que o poder público está assumindo um importante papel de lidar com as necessidade básicas de saúde, educação e moradia, com necessidade de recursos em escala sem precedentes. Nesse contexto, as empresas podem transferir know-how, utilizar incentivos fiscais e estruturar conselhos para acompanhar o desempenho dos projetos sociais por elas apoiados. Já o terceiro setor está se acelerando e se transformando, mas sofre. Não poderia ser diferente, já que lida com uma mudança cultural de apoiadores e apoiados. Precisamos aproveitar essa ebulição para entregar o prometido e superar as expectativas. Um dos principais desafios é encontrar a relação ótima entre os custos administrativos e de manutenção e o impacto na ponta. Essa relação não é simples, pois, se reduzirmos muito nossos investimentos em pessoal administrativo, isso nos obriga a remunerarmos nossos funcionários abaixo do que um bom profissional receberia numa empresa. Com isso, fica prejudicada nossa eficiência no curto prazo e, consequentemente, nosso crescimento e sustentabilidade no longo prazo. MARCOS FLÁVIO AZZI é diretor do Instituto Azzi. Texto Anterior: E eu com isso: Fundo para criança permite abatimento Próximo Texto: Era Lula chega ao fim com recorde de arrecadação Índice | Comunicar Erros |
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