São Paulo, sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

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Fusões e aquisições entre as petroleiras voltam ao pré-crise

Ofertas públicas de ações movimentaram US$ 11 bi em 2010; no ano anterior, volume havia sido de US$ 1,6 bi

Consumo crescente em países emergentes e elevada estabilidade de preços alavancaram o setor de petróleo e gás

PEDRO SOARES
DO RIO

Diante do consumo crescente em países emergentes e da estabilidade de preços em níveis elevados, o ritmo de negócios no setor de petróleo e gás recuperou, em 2010, o patamar pré-crise.
As perspectivas para 2011 são de cotações mais altas (até o pico de US$ 100 o barril) e de demanda ainda bastante aquecida. As conclusões são de estudo da consultoria Ernst & Young, obtido pela Folha.
O cenário favorável, diz a consultoria, permitiu o crescimento de 50% no número de fusões, aquisições e associações entre empresas do setor. Somente em ofertas públicas de ações foram registradas 45 aberturas de capital em Bolsas do mundo (como o a da brasileira HRT), ante apenas 17 em 2009.
Os IPOs (ofertas iniciais de ações, na sigla em inglês) movimentaram US$ 11 bilhões -em 2009, o valor havia sido de US$ 1,6 bilhão.
"O que se viu foi uma retomada consistente do setor em 2010, puxada principalmente pelo consumo dos países emergentes, liderados pela China", afirma Carlos Assis, sócio da Ernst & Young, responsável pelo setor de óleo e gás no Brasil.
Para garantir o suprimento de petróleo no longo prazo e assim sustentar seu crescimento econômico, as estatais chinesas procuram negócios ao redor do mundo. No fim de 2010, a Sinopec comprou uma fatia de 40% dos negócios da espanhola Repsol por US$ 7,1 bilhões.
Assis diz que as fusões e as aquisições de 2010 envolveram ativos (reservas de óleo, refinarias etc.) e empresas de países desenvolvidos, mas sempre impulsionadas pelo cenário de maior consumo nos emergentes.

REFINO E DISTRIBUIÇÃO
Outro movimento detectado foi a saída das grandes companhias privadas internacionais das atividades de refino e de distribuição -tendência que vai na contramão da Petrobras, que investe em cinco novas refinarias e na sua rede postos.
Exxon e Chevron, por exemplo, venderam suas redes de postos no Brasil nos últimos anos.
"Para a Petrobras, faz sentido porque uma de suas missões é atender ao mercado interno, e há a perspectiva de aumento da produção de óleo com o pré-sal", ressalta Assis.
A estatal brasileira argumenta que a maior parte de sua receita vem do mercado doméstico, onde consegue as melhores margens de lucro no conjunto das operações -apesar do refino ter baixo retorno em alguns períodos.
Para Assis, um dos desafios da Petrobras no pré-sal será o maior risco operacional por conta das condições adversas (maior distância e profundidade das reservas) e da exigência, imposta pelo novo marco regulatório, de a estatal ser a única operadora com 30% dos consórcios.
Ou seja, ficará a cargo dela todo o gerenciamento da prospecção e produção de óleo e gás. "Com mais operadoras, o risco é diluído."


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