São Paulo, sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

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FOCO

Preço em baixa faz batata virar comida para o rebanho

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Com preço em baixa e prejudicada pela chuva, que atrapalha a colheita, a produção de batata de Divinolândia, na divisa com Minas, apodrece na lavoura ou é usada para alimentar gado.
Desde o início do ano, o pecuarista Wander Rogério Bucci, 34, de Divinolândia, tem recebido de graça sacos de batata de 50 kg para alimentar seu rebanho, de cerca de 200 cabeças de gado.
Em todo o ano passado, ele usou 6.000 sacos de batata que foi recusada pelo mercado. Nos últimos 30 dias, recebeu 15 mil.
A batata que ele recebe foi rejeitada na máquina de beneficiamento. Antes, a empresa jogava fora de 150 a 300 sacos sem qualidade por dia. Hoje, o número dobrou.
Em seu sítio, Antônio de Carvalho, 47, mostra batatas que não serão colhidas, por causa da chuva e porque não compensa vendê-las pelo preço atual.
Segundo o IEA (Instituto de Economia Agrícola), da Secretaria de Estado da Agricultura, o preço médio atual do saco de 50 kg é de R$ 20,75, enquanto no mesmo período do ano passado chegava a R$ 70.
Em cada saco, Carvalho ganha R$ 10, mas gasta R$ 4 com frete, colheita e carregamento do caminhão. "Planto batatas há 20 anos e este foi o pior ano." Ele estima um prejuízo de R$ 180 mil.
Além do preço, Carvalho culpa a chuva -há 20 dias a cidade não tem um só dia seco. Com a terra fofa, caminhões não conseguem entrar na lavoura, e a batata passa do tempo de ser colhida e perde a qualidade.


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