São Paulo, segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

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Empresas são o principal da economia, diz colombiano

Ministro critica foco em macroeconomia

DA ENVIADA ESPECIAL A BOGOTÁ

Desde que Juan Manuel Santos assumiu a Presidência da Colômbia, em agosto de 2010, o governo não poupa esforços para estreitar os laços com o empresariado.
A justificativa é que são as empresas que vão sustentar a parte mais importante do crescimento do país.
Um dos defensores da "mentalidade empresarial" no governo Santos é o ministro da Fazenda, Juan Carlos Echeverry.
Especialista em economia pela Universidade de Nova York e integrante da equipe econômica colombiana para ajuste fiscal entre 1998 e 2002, Echeverry refuta a tese de que a expansão de uma nação vem principalmente de políticas macroeconômicas, como controle da inflação e ajustes no câmbio.
Em Bogotá, Echeverry falou à Folha sobre a estratégia dos microssetores.

 

Política articulada
Os economistas se preocupam muito com macroeconomia, mas ela não cria riqueza, emprego. Quem cria emprego são as empresas, são as ideias que precisam ser nutridas com regulação, crédito e tratamento tributário.
Sou um ministro da microeconomia, que articula todas essas coisas. Formalização do emprego e políticas monetária, fiscal e cambial -mais a macroestabilidade- é que levam ao crescimento.
Prioridades colombianas
Os desafios mais importantes são baixar a taxa de desemprego de 11,8% para 8% e reduzir o deficit externo de 3,6% para 0,6% até 2014. Bancarizar os cidadãos e diversificar a economia são outros aspectos.
É importante gerir bem as riquezas petrolíferas para termos um fundo soberano como o da Noruega.
Setores
Nossas prioridades são petróleo, carvão, ouro -mineração em geral- e agricultura. A Colômbia é um dos poucos países da América Latina que não tiveram essa área bem explorada ainda. Buscamos também investidores em infraestrutura, para suprir o deficit de habitação no país.
Incentivos
Temos um regime tributário muito pró-negócios. Não há capital mínimo para investimentos e não há discriminação para empresas estrangeiras. Nosso melhor cartão de visitas hoje são as multinacionais que já vieram e mostram para o exterior as condições que podemos oferecer.
Relações com Brasil
Queremos ser um intermediário para que mercadorias do Brasil cheguem ao Pacífico, saindo, por exemplo, pelo Amazonas e pelos portos da Colômbia. Isso poderia ser feito como tratado comercial.
É necessário construir infraestrutura de portos e rodovias, mas transitar a carga do Brasil pelo Pacífico sairia muito mais barato. Não há coisa mais barata para mobilizar carga do que os rios.
Governo Dilma
O Brasil é um exemplo para a América Latina, principalmente de que a economia pode funcionar independentemente de o governo ser de direita ou de esquerda. O lado pode mudar, mas a economia continua estável e a atração continua forte aos investidores.(CAMILA FUSCO)


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