São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2011

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Montadoras reavaliam importação de aço

Compras do insumo no exterior, que já vinham caindo, deverão diminuir ainda mais

LEILA COIMBRA
DO RIO

As montadoras de automóveis começam a rever suas importações de aço, após o governo ter aumentado o IPI para carros com índice de nacionalização abaixo de 65%.
A Fiat e a Volks, que importam 15% e 30% de seu consumo de aço, respectivamente, mais a Peugeot-Citroën, que iria trazer no fim do ano sua primeira carga importada, estão revendo suas estratégias.
As empresas ainda não decidiram como e quando irão reduzir as compras externas e afirmam que contratos firmados não serão rompidos, mas o fato é que a importação de aço pelo setor automotivo, que já vinha em queda, deverá diminuir ainda mais.
O aço representa em média 15% dos custos totais de um automóvel. Lá fora os preços são até 25% mais baixos por conta da sobreoferta provocada pela crise mundial e pela desvalorização do dólar, entre outros fatores. Além disso, os executivos do setor automotivo argumentam que a importação é uma forma "de não ficar nas mãos de apenas um fornecedor".
A Volkswagen do Brasil registrou o pico das importações no ano passado, quando 30% de toda a sua demanda foi comprada fora do país. Já a Fiat importou não somente aço, mas também pneus e rodas de alumínio.
O pico das importações de aço ocorreu em 2010, auge da sobreoferta global. Nos primeiros três meses de 2010, as compras de aço do exterior subiram 156%. Mas, ao longo de 2011, acabaram caindo.

MENOS VANTAJOSO
Segundo um executivo do setor que preferiu não ser identificado, houve alta generalizada dos preços nos últimos meses, e hoje o aço não está mais tão vantajoso lá fora -devido aos custos de logística, de estoque e de imposto de importação.
O Instituto Aço Brasil aponta que a importação do produto deve fechar 2011 em 3,4 milhões de toneladas, queda de 42,4% ante 2010. No entanto, para o instituto, as importações continuam uma ameaça, porque os fatores que induzem a entrada de aço estrangeiro persistem: o câmbio desfavorável, a guerra fiscal nos Estados e os excedentes do produto no mercado internacional.


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