São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 2011 |
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cifras & letras CRÍTICA TECNOLOGIA Livro enfoca a geopolítica e deixa as empresas de lado Especialista discute medo dos EUA de serem deixados para trás em inovação PAULA LEITE EDITORA-ASSISTENTE DE MERCADO Muita tinta (digital ou não) e muitos minutos de televisão gastos atualmente nos Estados Unidos discutindo se o país está ficando para trás na corrida da inovação. Os bilhões gastos pela China para construir universidades, formar engenheiros e atrair centros de pesquisa assustam os americanos. Os EUA, em meio a uma recessão, perguntam-se como podem recuperar a economia se, além de perder tantos empregos industriais, ficarem para trás também na corrida da tecnologia e da inovação. O tema é tão importante que foi abordado na visita do líder chinês, Hu Jintao, aos EUA nesta semana: ele pediu aos EUA que relaxem controles à exportação de produtos de alta tecnologia. No livro "Advantage: How American Innovation Can Overcome the Asian Challenge", Adam Segal explora a intersecção entre tecnologia e geopolítica, pouco abordada entre autores que estudam a globalização da tecnologia. Uma preocupação dos EUA é que, com cada vez mais empresas instalando centros de pesquisa e desenvolvimento na China, é inevitável que tecnologia norte-americana seja transferida. A GE, por exemplo, anunciou recentemente investimentos de US$ 2 bilhões em centros de pesquisa na China; ontem, a companhia divulgou joint venture com a chinesa Avic para produzir componentes para aviação. Como a fronteira entre tecnologia civil e militar é cada vez mais tênue, o medo é de fortalecer indiretamente o complexo militar chinês. Talvez pelo perfil do autor, que estuda segurança nacional e terrorismo no "think tank" [centro de pesquisa] Council on Foreign Relations, o melhor do livro são as considerações sobre as implicações geopolíticas do crescimento da China e de outros países em tecnologia. O autor argumenta, no entanto, que os EUA podem manter sua supremacia no setor aproveitando os pontos em que são fortes. O principal deles é já ter um sistema que funciona bem pelo qual tecnologias vão rapidamente da universidade a empresas. A facilidade de empreender no país é outra vantagem. Muitos governos asiáticos, diz Segal, protegem seus grandes conglomerados, inibindo o surgimento de "start-ups", empresas em começo de carreira que precisam da liberdade que têm nos EUA para receber investimentos, abrir capital e falhar. No entanto, quando o autor fala do mundo das empresas, faltam exemplos e dados -o livro tem muitas frases de efeito e poucos dados e histórias sobre como as empresas inovam. ADVANTAGE: HOW AMERICAN INNOVATION CAN OVERCOME THE ASIAN CHALLENGE (Vantagem: Como a Inovação Americana Pode Enfrentar o Desafio Asiático) AUTOR Adam Segal EDITORA W. W. Norton & Company QUANTO US$ 16,78 (294 págs.) Texto Anterior: Justiça: Ex-diretor tem sigilo quebrado Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros |
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