São Paulo, domingo, 22 de maio de 2011

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A nova onda do rio

Capitaneados por petróleo e infraestrutura, investimentos devem chegar a R$ 181 bi até 2013

CAROLINA MATOS
PEDRO SOARES
DO RIO

Com grandes obras de infraestrutura e logística em andamento, o Rio de Janeiro vive uma nova onda de investimentos.
São empresas dos mais variados setores e portes que buscam o Estado para se instalar ou expandir operações.
De bebidas a cosméticos, de embalagens a automóveis, passando por alimentos, calçados e serviços de reciclagem (veja quadro).
Fábricas e centros de distribuição, novos ou em expansão, pipocam no Rio após anos de esvaziamento do setor produtivo, cujo pior momento foi a década de 1990 (leia na pág. B11).
Em relação aos valores investidos, os segmentos de petróleo e infraestrutura, com projetos mais complexos, respondem pela maior parte: 80% do previsto entre 2011 e 2013, de R$ 181 bilhões, segundo a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
O total equivale a mais da metade do PIB (Produto Interno Bruto) do Rio em 2008, de R$ 343 bilhões (dado oficial mais recente). Nenhum outro Estado concentra tantas obras grandes.
Entre elas, estão projetos de siderurgia (chinesa Wisco e MMX, do empresário Eike Batista), escoamento de minério (CSN e Usiminas), petroquímica e refino de petróleo (Comperj).

OUTROS SETORES
Embora menos "endinheirados", os demais segmentos têm dezenas de empresas.
As facilidades logísticas (portos, ferrovias) do Estado e a proximidade dos grandes mercados consumidores do país são vistas como atrativos, independentemente do tamanho da companhia.
E os gigantes do petróleo e da siderurgia também contam com a vizinhança de polos de extração de óleo (bacia de Campos, no norte fluminense) e de minério de ferro (Minas Gerais).
"Alguns vetores principais, como petróleo e gás, logística e siderurgia, impulsionam e mudam toda a economia local", diz Julio Bueno, secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio.
Fora do segmento de extração e logística, um dos projetos em andamento é o de aumento de produção da PSA Peugeot Citroën, orçado em R$ 1,4 bilhão.
A AmBev é outro exemplo: R$ 255 milhões investidos em 2010 e 2011 para produzir mais no Estado.

COSMÉTICOS
E há muitas empresas de porte menor, como a Niely, a Embelleze -ambas de cosméticos e com plano de investimento de R$ 50 milhões cada uma em expansão- e a Di Santinni (calçados).
Mesmo com grande atuação em vendas no Rio, onde estão 59 das suas 110 lojas (entre próprias e franquias), só agora a Di Santinni, nascida em 1980, vai montar fábrica no Estado. Por enquanto, a produção própria é feita em São Paulo, embora não haja lojas na capital paulista.
Além disso, o plano é construir no Rio um centro de distribuição, montar uma base para vendas pela internet e outra para vendas por catálogo, com investimento total de R$ 20 milhões, de acordo com a empresa.
"Conseguimos uma boa área no Rio, que é melhor para nós do ponto de vista logístico", diz Artur Tchilian, sócio da companhia.
"E o mercado consumidor deve continuar crescendo no Estado, com mais empregos, em razão do pré-sal, da Copa e da Olimpíada."


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