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País tem de investir R$ 43 bi em portos
Segundo Ipea, aplicação prevista no PAC representa apenas 23% dos recursos necessários para a modernização
Deficiência no sistema portuário do Norte obriga o Centro-Oeste a escoar a produção por Santos e Paranaguá
PEDRO SOARES
DO RIO
AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO
Os portos estão defasados,
não têm capacidade para receber navios de maior porte e
os investimentos no setor,
apesar do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento),
são insuficientes.
Outro grande gargalo está
nos acessos por rodovias e
ferrovias, que precisam, em
muitos casos, ser construídos ou duplicados.
O diagnóstico é do Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), ligado à Presidência da República, que
estima em R$ 42,9 bilhões o
valor necessário para tirar os
entraves à expansão dos portos -e, portanto, ao comércio exterior. O PAC prevê
R$ 9,8 bilhões até o fim deste
ano -23% do necessário.
A falta de interligação ferroviária e rodoviária obriga a
safra do Centro-Oeste a ser
escoada pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR),
percorrendo distância maior.
A CNA (Confederação da
Agricultura e Pecuária do
Brasil) afirma que falta investimento para escoar a safra
do Centro-Oeste por Santarém, Vila do Conde (ambos
no Pará) ou Itaqui, onde um
projeto de expansão do porto
de São Luís (MA) está atrasado há pelo menos três anos.
O problema da dragagem
começa a ser resolvido e há
projetos já em andamento
para aprofundar os canais de
navegação nos principais
portos do país, como Santos.
Para Alexandre Mattos de
Andrade, diretor da consultoria Macroplan, os investimentos são insuficientes
diante da previsão de aumento da demanda por portos. Para a soja, por exemplo,
a expectativa é que a produção cresça 130% até 2023.
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