São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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Conjuntos populares grandes são foco da MRV

Construtora quer aumentar canteiros para condomínios com 300 unidades

Segurança, garagem e área de lazer estão entre os principais atrativos desses conjuntos, que já foram "malvistos"

Divulgação
Maquete do condomínio Saint Rafael, com 9 blocos e 172 unidades, entregue no Butantã, zona oeste de São Paulo

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Especializada no segmento de moradias populares -com 85% do negócio ancorado na construção de imóveis de até R$ 130 mil-, a MRV aposta na "ampliação dos canteiros" para ganhar mercado.
Isso significa investir em condomínios com 300 apartamentos -ou 15 blocos, em média.
"Esses empreendimentos já foram malvistos, mas passaram a ser valorizados por aspectos como a segurança e a área social que oferecem", diz Rubens Menin Sousa, 54, sócio-fundador e presidente da empresa.
A seguir, trechos da entrevista exclusiva à Folha.

 

Condomínios maiores
No primeiro semestre deste ano, nossos lançamentos já estavam com 300 unidades, em média. Isso é 50% mais do que há um ano, quando tínhamos 200 unidades por empreendimento, em média. E pretendemos chegar a 400.
A demanda permite isso. E revela uma mudança na percepção dos consumidores.
Antigamente, o canteiro maior era malvisto -era chamado de "conjuntão".
Agora não é mais assim. Esses empreendimentos, que são fechados, estão muito mais harmônicos. E oferecem itens que se tornaram atrativos, como segurança, área de lazer e garagem.
Para se ter uma ideia, em 1982, nos nossos condomínios -que são populares- havia a média de 0,15 carro por apartamento. Hoje, a média é mais de um veículo por unidade.

Regiões
Já estamos muito bem-posicionados no Estado de São Paulo (presença em 41 cidades), que é o maior mercado do país (região Sudeste).
Assim, vejo, para nós, um grande potencial de expansão na região Nordeste, que ainda é muito desassistida, com baixa concorrência no setor.
Além disso, o aumento de renda nessa região tem sido significativo.
Já o Norte está fora do nosso foco porque há pouca densidade populacional e, infelizmente, condições de mobilidade ainda limitadas (falta de estradas por exemplo).

"Maior mercado ocidental"
O Brasil é o maior mercado imobiliário do mundo ocidental. E é essa a visão dos investidores externos com quem temos contato.
Perdemos em potencial para Índia e China, mas esses são mercados mais desorganizados que o nosso.
Os três pilares do segmento imobiliário estão sólidos no Brasil: grande consumo de massa, financiamento com prazos longos (até 30 anos), juros baixos e renda favorável, com salário mínimo acima de US$ 200.
Em 2009, a indústria de construção de moradias entregou entre 300 mil e 350 mil unidades. Neste ano, o número deve ficar entre 400 mil e 500 mil unidades.
Acredito que há espaço para expansão até que se atinja o número de 1,2 milhão de moradias por ano. E levaremos pelo menos cinco anos para chegar a esse nível.
Na MRV, vamos fechar 2010 com 40 mil unidades produzidas. A meta era alcançar essa produção apenas em 2012.

Preços
Apesar da demanda e do grande deficit habitacional do país (em torno de 7 milhões de residências), não creio que os preços subam muito mais.
Eles estão perto de um nível de estabilização, porque esse mercado tem um limitador importante que é a renda do comprador.
Estou falando do mercado popular, que é de onde vem o grande impulso para o setor imobiliário hoje.
Se os preços dos imóveis subirem muito, a demanda vai cair devido à renda dos consumidores, que não deve aumentar num ritmo muito maior do que o atual.


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