|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Desemprego cai a menor nível em 8 anos
Ocupação sobe 0,7% em setembro e cobre toda a procura por trabalho, o que leva taxa de desemprego a 6,2%
Segundo o IBGE, recorde deve-se à criação de vagas, não à saída de pessoas do mercado; taxa deve subir em 2011
PEDRO SOARES
DO RIO
Diante do forte crescimento econômico neste ano, a taxa de desemprego das seis
principais regiões metropolitanas do país caiu ao menor
nível em oito anos e ficou em
6,2% em setembro. Em agosto, a taxa havia sido de 6,7%,
recorde de baixa até então.
Também embalado pela
expansão recorde do PIB em
2010, o rendimento médio do
trabalhador subiu 1,3% em
relação a agosto e chegou a
R$ 1.499, maior marca desde
o início da pesquisa do IBGE,
em março de 2002.
De agosto para setembro,
foram abertas 147 mil vagas
-alta de 0,7%. Já o contingente de desocupados caiu
120 mil -ou 7,5%. Com isso,
o total de pessoas desempregadas atingiu 1,480 milhão
nas seis regiões pesquisadas,
também no menor nível da
série histórica da pesquisa.
"Houve um aumento expressivo da ocupação. Isso
permitiu que todos que procuraram emprego se ocupassem, o que levou à queda da
taxa de desemprego", declarou Cimar Azeredo Pereira,
gerente da Pesquisa Mensal
de Emprego do IBGE.
Até então, prevalecia a saída de pessoas do mercado de
trabalho como fator preponderante para a redução da taxa de desemprego. O cenário
mudou e o emprego voltou a
se acelerar com mais força
em setembro.
Tal situação, porém, tende
a não perdurar. Para Fábio
Romão, economista da LCA,
o desemprego subirá em razão do previsto desaquecimento da economia em 2011.
"Há uma queda da taxa de
desemprego por conta do
maior alento e também do
aumento da ocupação, mas
já existem sinais de arrefecimento em alguns setores."
Romão cita o caso da indústria, em que o número de
pessoas ocupadas recuou
0,6% de agosto para setembro. "O melhor momento do
mercado de trabalho está
perto do fim."
DESACELERAÇÃO
O economista prevê uma
taxa média de desemprego
de 7,1% em 2011 -acima da
estimativa de 6,8% para
2010. Segundo o IBGE, a taxa
média de janeiro a setembro
deste ano ficou em 7,1%.
Thaís Marzola Zara, economista da Rosenberg e Associados, também não descarta uma evolução menos
favorável no próximo ano.
"O emprego formal, medido
pelo Caged [Cadastro Geral
de Empregados e Desempregados], já mostra sinais de
desaceleração. Isso antecede
um movimento ainda a ser
constatado pelo IBGE."
Pelos dados do Caged, foram gerados 246 mil empregos com carteira, número inferior ao de agosto e abaixo
das expectativas.
A economista ressalta que
a expansão da renda possibilitou que filhos e cônjuges de
trabalhadores parassem de
procurar trabalho, o que contribuiu para a queda da taxa
de desemprego.
Para Cimar Pereira, a alta
do rendimento permitiu a redução da informalidade -de
agosto para setembro, o emprego com carteira subiu 1%.
Texto Anterior: Mídia: Grupo pretende comprar jornal "The Boston Globe" Próximo Texto: Memória: Metodologia atual já foi contestada Índice | Comunicar Erros
|