São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros

UE e FMI dão ajuda financeira à Irlanda

Depois de resistir a socorro, país solicita ajuda e deverá receber algo entre € 80 bi (R$ 188 bi) e €90 bi (R$ 211 bi)

Como contrapartida ao auxílio, instituições poderão exigir mais cortes de gastos e aumento de impostos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A União Europeia e o Fundo Monetário Internacional concordaram com o pedido de ajuda financeira feito ontem pela Irlanda.
"As autoridades europeias concordaram com o nosso pedido", afirmou à noite o primeiro-ministro irlandês, Brian Cowen. Ele disse esperar que a ajuda chegue nas próximas semanas.
Os ministros das Finanças dos países da UE acreditam que o auxílio trará estabilidade econômica à zona do euro.
Estima-se que a ajuda ficará entre € 80 bilhões (R$ 187,7 bilhões) e € 90 bilhões(R$ 211,1 bilhões) . As partes ainda negociam os termos do acordo.
Se confirmado, o valor ainda será inferior ao que foi disponibilizado neste ano para a Grécia ( 110 bilhões).
Com uma população de 4,5 milhões, uma ajuda de 90 bilhões equivaleria a 20 mil para cada irlandês.
O anúncio encerrou longa especulação sobre a negociação, que foi pressionada devido ao aumento dos problemas no setor bancário do país. De início, a Irlanda negava a necessidade do pacote, por entender que poderia acarretar perda de soberania.
Uma questão que ainda não foi definida é quais condições serão exigidas em troca da ajuda. O premiê irlandês disse que mais cortes de gastos e aumento de impostos deverão ocorrer.
"Os contribuintes serão bastante punidos e muitas pessoas perderão seus empregos", relatou Michael Noonan, chefe financeiro do Fine Gael, principal partido de oposição da Irlanda.
Outra preocupação é que o pacote possa mitigar ainda mais os depósitos bancários.
De acordo com os bancos centrais da Europa e da Irlanda, seis instituições financeiras irlandesas têm aumentado dependência de financiamentos externos para compensar a queda no volume de depósitos, gerada pela crise de confiança no sistema financeiro.
A solvência das instituições deve ser o assunto mais discutido para definir os termos da ajuda.
Cowen observou que seria desejável que depósitos fossem efetuados em um fundo de contingência. No entanto, a UE e o FMI podem optar por uma solução mais radical, que envolveria fusões e vendas dos bancos.

CRISE
A Irlanda enfrenta neste ano um deficit público de 32% do PIB (Produto Interno Bruto), devido ao custo das ajudas governamentais ao setor bancário, muito afetado pela crise financeira internacional.
Para reduzir o deficit à meta europeia, de menos de 3% até 2014, o governo prevê para os próximos quatro anos uma economia de 15 bilhões. Mas como o governo tem maioria parlamentar frágil, analistas temem um veto.


Texto Anterior: Saiba mais: Obra questiona se internet amplia poder
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.