São Paulo, sábado, 23 de abril de 2011 |
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Minha Casa, Minha Vida contempla até cobertura dúplex Construtoras agregam em empreendimentos populares diferenciais antes encontrados só em imóveis de luxo
LEANDRO MARTINS DE RIBEIRÃO PRETO De olho na nova classe média, principal responsável por impulsionar a atual demanda por imóveis residenciais no país, construtoras estão agregando diferenciais antes inexistentes nos empreendimentos populares. Alguns "luxos" antes encontrados apenas em condomínios voltados para as classes A e B começam a fazer parte dos projetos que se enquadram no programa Minha Casa, Minha Vida. De piscina, campo de futebol e quadras esportivas, nos projetos mais simples, até salas para "garage band", "home cinema" e academia, naqueles mais sofisticados. A cereja do bolo, porém, é o apartamento dúplex, que já ganha espaço nos empreendimentos populares. "É um público que também está mais exigente, quer qualidade de vida e viver com segurança", afirmou Rodrigo Saccarelli, diretor da Vitta Residencial. Em Ribeirão Preto (313 km de SP), a incorporadora de Saccarelli lançou em março seu primeiro projeto com coberturas enquadrado no Minha Casa, Minha Vida . Os 36 dúplex, de 91 m2 cada um, foram vendidos por R$ 125 mil em 45 dias. O professor de educação física José Roberto Facchini, 32, foi um dos compradores. "Para se enquadrar no Minha Casa, Minha Vida, o imóvel às vezes é muito pequeno. A cobertura tem um espaço bem melhor", disse. Com renda mensal de R$ 2.000, ele conseguiu entrar no programa federal de habitação e ser beneficiado por juros mais baixos. Quando não são as coberturas, os opcionais estão presentes nos projetos voltados para a classe média. A construtora MRV disse que tem procurado incrementar seus projetos com espaços diferenciados, segundo a região. Em áreas de clima quente, como regiões litorâneas e no Nordeste, as piscinas viraram acessórios obrigatórios. Já em São Paulo e Belo Horizonte, projetos contam com salas de música, academia e espaço gourmet. "As pessoas querem evitar o deslocamento dentro dos centros de maior trânsito", disse a gestora de projetos da MRV, Juliana Furiati Lopes Siqueira, sobre as "exigências" da classe média. Casados há dois anos, Miriam Silva Gonçalves, 24, e Eliezer Gonçalves, 27, estavam na piscina do condomínio Regalle, da MRV, em Ribeirão, na terça passada. Eles trocaram o aluguel pelo apartamento próprio em janeiro. Na compra, foram beneficiados pelo programa de habitação federal -subsídio de R$ 17 mil- e disseram que a existência dos espaços de lazer pesou na escolha. A MRV fechou 2010 com 277 canteiros de obras em 90 cidades do país. No primeiro trimestre de 2011, 85% das vendas foram elegíveis ao Minha Casa, Minha Vida. TETO Um facilitador para que projetos mais sofisticados pudessem ser incluídos no programa de habitação popular foi a elevação do teto de enquadramento, ocorrida em fevereiro deste ano. O teto para imóveis nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal passou de R$ 130 mil para R$ 170 mil. Em cidades com mais de 1 milhão de habitantes, o valor passou de R$ 130 mil para R$ 150 mil. Nos municípios que têm entre 250 mil e 1 milhão de habitantes, foi de R$ 100 mil a R$ 130 mil. Já naqueles com entre 50 mil e 250 mil moradores, foi de R$ 80 mil para R$ 100 mil. Texto Anterior: Classificados da Folha têm novo portal Próximo Texto: Manutenção: Conservar as áreas comuns é desafio Índice | Comunicar Erros |
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