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Pós-guerra atrai US$ 3,5 bilhões em capitais brasileiros
Corrente comercial entre Brasil e Angola alcança cifra de US$ 4,2 bi em 2008, mas cai com a crise do petróleo
Em torno de 30 mil brasileiros emigraram para Angola nos últimos anos atraídos por altos salários pagos em dólar
DO ENVIADO A ANGOLA
Atraídos pela alta rentabilidade dos novos negócios,
investidores brasileiros correm para Angola para aproveitar o boom econômico.
Estima-se que a pacificação do país tenha sido suficiente para atrair cerca de
US$ 3,5 bilhões (R$ 6,55 bilhões) em investimentos e
crédito para empresas.
Só o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) abriu uma
linha especial de crédito no
valor de US$ 1,75 bilhão para
financiar o conteúdo brasileiro levado a Angola. O banco informa que US$ 1,5 bilhão já foi liberado.
Deu resultado. A corrente
comercial entre os países
passou de US$ 211 milhões
em 2002 (ano da pacificação
definitiva de Angola) para
US$ 4,2 bilhões, em 2008.
No ano passado, o fluxo
comercial caiu para apenas
US$ 1,4 bilhão devido à crise
internacional que atingiu o
mercado do petróleo.
O crescimento da participação brasileira na economia angolana ampliou a emigração de brasileiros. A embaixada brasileira afirma que
30 mil brasileiros vivem
atualmente em Angola.
Gente como o arquiteto
Paulo Tinelli, 50, que trabalha em projetos imobiliários
sofisticados no rico e novo
bairro de Talatona, na zona
nobre de Luanda, a capital.
Ou como Cláudio Vieira
Rodrigues, que saiu das fazendas de grãos em Barreiras, no oeste da Bahia, para
abrir as savanas do interior
de Angola e montar do zero
uma fazenda onde por anos
ouviram-se rajadas de fuzis.
A 450 quilômetros de
Luanda, o grupo Odebrecht,
hoje a organização privada
que mais emprega em Angola, constrói, em parceria com
o governo angolano e empresários locais, dois grandes
projetos agropecuários.
O primeiro é uma fazenda
para plantação de milho e
uma unidade para a produção de fubá e ração.
O segundo, uma usina de
açúcar de US$ 200 milhões
que vai processar 4 milhões
de toneladas de cana, cultura
que cresce ao redor das Pedras Negras de Pungo Andongo, antigo refúgio para as
forças do MPLA.
A Camargo Corrêa também prepara a construção de
uma fábrica de cimento, chamada Palanca, nome de um
antílope símbolo da cultura
angolana.
(AB)
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