São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 2011

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FINANÇAS PESSOAIS

MARCIA DESSEN marcia.dessen@bmibrasil.com.br

As escolhas que foram feitas em um ano de Finanças Pessoais

Faz exatamente um ano que recebi o convite para escrever a coluna de Finanças Pessoais da Folha.
Há um ano, quando publicamos a primeira coluna, contei um pouco da minha história e como aprendi a fazer orçamento para controlar as despesas da família.
Aprendi, e compartilho com vocês desde então, que, como tudo na vida, fazemos escolhas o tempo todo.
No mundo das finanças não é diferente.
Alguns objetivos que estabelecemos há um ano foram atingidos, outros não. E nem sempre é nossa a responsabilidade de não estarmos onde planejamos estar, porque nem tudo depende da nossa vontade ou da nossa decisão.
Muita coisa aconteceu em um ano, mais do que consigo lembrar. Os brasileiros decidiram que o Brasil será governado pela primeira vez por uma mulher -que optou pela carreira política.
A economia vai bem, obrigado, mas já esteve melhor.
A inflação anda dando o ar da graça e a nova equipe econômica vai ter de tomar decisões, nem sempre simpáticas, para impedir sua volta.
O Brasil não venceu a Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul, mas foi escolhido para sediar a próxima, em 2014. E os brasileiros terão a oportunidade de assistir e de torcer, em casa, pela vitória que escapou de nossas mãos em 1950.
Tomara que as autoridades responsáveis pela execução das inúmeras obras tomem as decisões assertivas e necessárias em tempo hábil para que tenhamos um espetáculo inesquecível.
Na área financeira, como sempre, muita coisa também aconteceu. Os juros subiram.
Em maio do ano passado a taxa básica da economia estava no patamar de 9,40%, reiniciando um período de alta, depois de ter estacionado por um bom tempo em 8,75% -o nível mais baixo desde que foi criada.
Hoje, maio de 2011, a taxa básica é de 12%. E o que isso tem a ver conosco?
Situação de juros em elevação é favorável para quem tem reservas para investir e desfavorável para quem tem escassez de recursos.
Ficou mais caro tomar dinheiro emprestado. E o prazo de algumas modalidades de crédito foi reduzido, dificultando um pouco mais o acesso ao crédito.
Na ponta dos investidores, o cenário foi mais favorável.
Aqueles que optaram por permanecer no mercado de juros obtiveram a melhor remuneração nos últimos 12 meses. A taxa média de juros do período foi de 10,6%, suficiente para compensar a inflação do período, que atingiu o mesmo percentual, medida pelo IGP-M.
O dólar, quem diria, caiu para a cotação mais baixa dos últimos oito anos e está na faixa de R$ 1,60.
Está barato viajar e fazer compras no exterior. Tão barato que o governo decidiu dificultar a vida de quem usa o cartão de crédito para pagar as compras lá fora, aumentando o IOF para 6,38%. Por outro lado, quem decidiu investir em dólares perdeu cerca de 9% do seu capital. Se adicionarmos o custo de oportunidade da taxa de juros no mesmo período, o investidor perdeu 20% do patrimônio.
A Bolsa? Esta continua incerta e instável. Quem decidiu investir em ações, há um ano, não foi recompensado pelo risco que correu. O índice Bovespa, que mede a variação de preço das ações mais negociadas na Bolsa de Valores, acumulou perda de aproximadamente 2%.
Foi um período de muita volatilidade (valorização e desvalorização bruscas).
O índice Bovespa saiu do patamar de 63 mil pontos, atingiu 70.673 em outubro (alta de 12%) e voltou ao patamar de 63 mil pontos, frustrando as expectativas de quem acreditava que poderia ganhar mais do que a taxa de juros do mercado.
E você? Que decisões financeiras tomou nos últimos 12 meses? Já percebeu que é você quem decide qual será o seu saldo bancário no final do mês? Começou a fazer alguma coisa que não fazia antes -orçamento, por exemplo? Reparou que consegue guardar dinheiro quando existe uma razão, um motivo para isso?
Tomou decisões que o colocam no caminho certo para atingir os objetivos traçados?
Conseguiu reforçar sua reserva financeira, conquistando mais estabilidade e segurança para as suas finanças? O esforço de escrever semanalmente não é pequeno.
Mas faço isso com muito prazer e com a expectativa de contribuir para a melhoria da educação financeira de algumas centenas ou de milhares de brasileiros.
Espero que você, leitor desta coluna, faça parte dessa população.

MARCIA DESSEN, Certified Financial Planner, é sócia e diretora-executiva do BMI Brazilian Management Institute, professora convidada da Fundação Dom Cabral e cofundadora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros.


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