São Paulo, terça-feira, 23 de agosto de 2011

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Forma de remunerar hospitais deve ser debatida, diz agência

Para Maurício Ceschin, modelo usado pelos planos de saúde privilegia o consumo de insumos, como seringas

Itens usados durante internação entram na conta enviada aos planos de saúde e ajudam a cobrir gastos

DO RIO

O diretor-presidente da ANS, Maurício Ceschin, aponta o modelo de remuneração dos planos de saúde aos hospitais como outro problema do setor a ser enfrentado para garantir qualidade.
Para Ceschin, que já foi da direção do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, o modelo é perverso e privilegia o consumo. Quando um paciente é internado, os hospitais privados recebem das operadoras de saúde uma remuneração fixa. A queixa é que esse pagamento não cobre os custos.
No entanto, na conta que é repassada para o plano, estão incluídos também insumos usados durante a internação, como medicamentos, seringas e próteses.
Os hospitais que conseguem comprar esses insumos em grande escala obtêm uma margem de lucro que pode compensar o baixo valor pago pela internação.
No entanto, o modelo incentiva o consumo porque, quanto mais insumos forem utilizados, maior será o valor pago pela operadora. Henrique Salvador, presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados, afirma que há um desequilíbrio na relação.
"O poder econômico está com as operadoras, que foram engessando o pagamento de serviços de forma que não houve outra maneira para os hospitais a não ser remunerar o seu trabalho pela valorização dos insumos."
Arlindo de Almeida, presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo, também concorda que é preciso rediscutir o modelo. "O custo dos insumos hospitalares, especialmente órteses e próteses, tem crescido muito, a tal ponto que inverteu o modelo de faturamento dos hospitais. É um problema sério, que já foi detectado pela ANS", afirma Almeida.
(ANTÔNIO GOIS)


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