São Paulo, terça-feira, 23 de agosto de 2011

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Minério em alta faz Vale investir em recuperar toneladas de rejeito

Com preço médio de US$ 147,30 a t, mineradora busca 31 milhões de t de resíduos em Minas

Empresa prevê que novo processo de recuperação possa propiciar ganho da ordem de US$ 4,5 bi


AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO

O alto preço do minério de ferro no mercado internacional (US$ 147,30 por tonelada métrica) vai transformar resíduos de mineração da Vale em dinheiro.
A empresa anunciou um plano para recuperação de 31 milhões de toneladas de minério que repousam há década em oito barragens de rejeitos, em Minas Gerais. O plano pode resultar na recuperação de US$ 4,5 bilhões -em valores atuais.
Para aproveitar esse material, a Vale terá de processar 80 milhões de toneladas de resíduos. A companhia usará um sistema magnético para recolher o material.
A empresa já havia anunciado plano para recuperar rejeitos logo depois do processamento, antes de despejá-los nas barragens.
A retirada do material começará em 2013, com a extração de 1 milhão de toneladas, e deve ser crescente nos anos seguintes. As minas que receberão a estrutura para recuperação desse material ficam em Mariana, Itabirito, Nova Lima, Congonhas, Ouro Preto e Brumadinho. São oito minas ao todo. As barragens fazem parte do complexo de produção de minério de ferro e são enchidas com a água do processo de britagem e separação.
O minério contido nesse resíduo sedimenta e tem concentração média de 35%. O processamento elevará essa concentração para 62%, o que viabiliza a comercialização como minério de ferro fino, quase um pó, chamado de "pellet feed".
Esse pó de minério é usado na indústria de peças sinterizadas (feitas em prensas sob alta pressão) ou é convertido em pelotas para utilização nos altos-fornos.
Segundo o diretor de planejamento e desenvolvimento de ferrosos da Vale, Lúcio Cavalli, o processo para recuperar o minério contido nesse rejeito permitirá a abertura de espaço nas barragens. Sem a recuperação desse material, a mineradora teria de construir uma nova bacia para a sedimentação desse material, o que envolveria um novo processo de licenciamento ambiental.
A retirada de parte do material amplia a longevidade de uso da barragem.


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