São Paulo, quinta-feira, 23 de setembro de 2010

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Indústria se afasta de SP 7,7 km ao ano

Aluguel mais caro e trânsito caótico na capital fazem demanda por condomínios logísticos crescer no interior

Empresas consideram mais destinos a até 100 km de SP, perto de rodovias que facilitem escoamento de produtos

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Após 15 anos na Vila Olímpia (zona sul de São Paulo), a doceria Amor aos Pedaços procura outro endereço para sua cozinha industrial.
Atualmente, ela ocupa um espaço de cerca de 1.500 metros quadrados no bairro.
É a partir dali que são distribuídos, em formato "semi-acabado", os bolos e as tortas que vão ser vendidos nas 54 lojas da rede em cinco Estados e Brasília.
Agora, o aumento do custo de locação -que acompanhou o boom imobiliário- e o trânsito complicado na região fazem a empresa ir em busca de novos horizontes.
Ela segue uma tendência que, a cada ano, tem "deslocado" as fábricas da capital paulista a uma média de 7,7 kms rumo ao interior.
A companhia considera diversos destinos -inclusive cidades próximas. E engorda uma demanda crescente, segundo avaliação de construtoras e imobiliárias.

CONDOMÍNIOS
Um estudo da Herzog Imóveis Industriais e Comerciais mapeou o surgimento dos chamados "condomínios industriais" ou "logísticos". Primeiramente, na Grande São Paulo. Depois, em cidades a até 100 quilômetros da capital.
Esses empreendimentos são galpões, divididos em módulos, que podem ser alugados por uma empresa ou por várias delas.
Além disso, incluem serviços, como segurança, limpeza e estacionamento.
Há quatro regiões principais para os condomínios paulistas: São Paulo (considerando o ABC e Guarulhos), Barueri, Jundiaí e Campinas.
Desde 1997 -quando foi inaugurado o primeiro, em Barueri-, os condomínios têm se afastado cada vez mais da capital.
"Fora da cidade, o valor de locação pago pelas indústrias é mais baixo. E o escoamento da produção é mais fácil", diz Simone Santos, diretora de serviços corporativos da Herzog.

CUSTOS
O preço pedido por metro quadrado em um condomínio na capital ou na Grande São Paulo, segundo a imobiliária, fica entre R$ 18 e R$ 22 por mês. No interior, vai de R$ 15 a R$ 19.
Esse valores não incluem despesas relativas às áreas comuns, que variam de acordo com as facilidades oferecidas pelo empreendimento.
Os custos desse tipo, ainda de acordo com a imobiliária, vão de R$ 1,5 a R$ 3,5 por metro quadrado de área locável.
Considerando todos esses gastos, a Herzog aponta que a despesa de uma indústria em um condomínio chega a ser 10% da que ela teria para manter os mesmos serviços em um galpão próprio.
"No condomínio, os custos comuns são divididos pelos locatários", diz Santos.
"Escoar a produção na cidade de São Paulo é cada vez mais difícil", diz Ricardo Miragaia, diretor-executivo da Amor aos Pedaços. "E precisamos de espaço."


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