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Indústria se afasta de SP 7,7 km ao ano
Aluguel mais caro e trânsito caótico na capital fazem demanda por condomínios logísticos crescer no interior
Empresas consideram mais destinos a até
100 km de SP, perto de rodovias que facilitem escoamento de produtos
CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO
Após 15 anos na Vila Olímpia (zona sul de São Paulo), a
doceria Amor aos Pedaços
procura outro endereço para
sua cozinha industrial.
Atualmente, ela ocupa um
espaço de cerca de 1.500 metros quadrados no bairro.
É a partir dali que são distribuídos, em formato "semi-acabado", os bolos e as tortas
que vão ser vendidos nas
54 lojas da rede em cinco Estados e Brasília.
Agora, o aumento do custo
de locação -que acompanhou o boom imobiliário- e
o trânsito complicado na região fazem a empresa ir em
busca de novos horizontes.
Ela segue uma tendência
que, a cada ano, tem "deslocado" as fábricas da capital
paulista a uma média de
7,7 kms rumo ao interior.
A companhia considera
diversos destinos -inclusive
cidades próximas. E engorda
uma demanda crescente, segundo avaliação de construtoras e imobiliárias.
CONDOMÍNIOS
Um estudo da Herzog Imóveis Industriais e Comerciais
mapeou o surgimento dos
chamados "condomínios industriais" ou "logísticos". Primeiramente, na Grande São Paulo. Depois, em cidades a até 100
quilômetros da capital.
Esses empreendimentos
são galpões, divididos em
módulos, que podem ser
alugados por uma empresa
ou por várias delas.
Além disso, incluem serviços, como segurança, limpeza e estacionamento.
Há quatro regiões principais para os condomínios
paulistas: São Paulo (considerando o ABC e Guarulhos),
Barueri, Jundiaí e Campinas.
Desde 1997 -quando foi
inaugurado o primeiro, em
Barueri-, os condomínios
têm se afastado cada vez
mais da capital.
"Fora da cidade, o valor de
locação pago pelas indústrias é mais baixo. E o escoamento da produção é mais fácil", diz Simone Santos, diretora de serviços corporativos
da Herzog.
CUSTOS
O preço pedido por metro
quadrado em um condomínio na capital ou na Grande
São Paulo, segundo a imobiliária, fica entre R$ 18 e R$ 22
por mês. No interior, vai de
R$ 15 a R$ 19.
Esse valores não incluem
despesas relativas às áreas
comuns, que variam de acordo com as facilidades oferecidas pelo empreendimento.
Os custos desse tipo, ainda
de acordo com a imobiliária,
vão de R$ 1,5 a R$ 3,5 por metro quadrado de área locável.
Considerando todos esses
gastos, a Herzog aponta que
a despesa de uma indústria
em um condomínio chega a
ser 10% da que ela teria para
manter os mesmos serviços
em um galpão próprio.
"No condomínio, os custos
comuns são divididos pelos
locatários", diz Santos.
"Escoar a produção na cidade de São Paulo é cada vez
mais difícil", diz Ricardo Miragaia, diretor-executivo da
Amor aos Pedaços. "E precisamos de espaço."
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