São Paulo, quinta-feira, 24 de junho de 2010

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Murdoch defende iPad e a cobrança por notícias

Dono do "Wall Street Journal" também ataca política econômica de Obama

Magnata pede menos impostos e prevê crescimento zero nos EUA; diz que "produzir notícia custa dinheiro"

Don Emmert/France Presse
Rupert Murdoch, proprietário da News Corp, que inclui Fox e "Wall Street Journal", durante debate em evento em NY

CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

O magnata da mídia Rupert Murdoch, dono da News Corp. -que inclui a Fox e o "Wall Street Journal"-, disse anteontem que, "assim como não há almoço grátis, não há notícia grátis".
"Produzir notícias custa dinheiro. Temos que encontrar uma maneira econômica [para a transição]. E o iPad é uma grande oportunidade para fazermos isso."
Questionado sobre a revolução digital e como as empresas devem se adaptar a ela, Murdoch disse ainda não ter encontrado uma fórmula, mas voltou a defender que o conteúdo jornalístico na internet seja pago.
Ele se mostrou um entusiasta do iPad, ""uma grande invenção, que combina várias formas de mídia para inúmeras pessoas".
O empresário abriu o encontro econômico New York Forum, anteontem. O encontro, que teve o apoio do jornal ""The New York Times" -rival do ""Wall Street Journal" de Murdoch- , distribuiu iPads aos participantes, sob o argumento de ser o primeiro evento do tipo a não usar folhas de papel.
Ele pediu ""menos [interferência do] governo e menos impostos" para que o país possa estimular o crescimento ""em massa" das pequenas empresas.
Do contrário, afirma, os americanos devem se preparar para mais dois anos e meio de crescimento zero, ""na melhor das hipóteses".
Para ele, o governo americano vai na direção errada na solução da crise financeira.
Segundo Murdoch, os EUA estão prestes a ter os "impostos mais altos do mundo" e a aprovar uma reforma de regulamentação financeira que ""punirá empresas e bancos de uma forma que não tem nada a ver com a crise".

SEM AUTORIDADE
Durante o debate, Murdoch fez ainda duras críticas ao presidente dos EUA, Barack Obama, que, segundo ele, ""não estabelece claramente a sua autoridade".
""Ninguém percebeu [durante a campanha] que estava elegendo alguém tão à esquerda", afirmou.
O australiano criticou a reforma do sistema de saúde (""uma ficção"), a política de imigração (""um escândalo") e a educação no país.
Ele defendeu que imigrantes talentosos que estudem ou trabalhem com inovação tecnológica recebam visto de permanência nos EUA.


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