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Murdoch defende iPad e a cobrança por notícias
Dono do "Wall Street Journal" também ataca política econômica de Obama
Magnata pede menos impostos e prevê crescimento zero nos EUA; diz que "produzir notícia custa dinheiro"
Don Emmert/France Presse
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Rupert Murdoch, proprietário da News Corp, que inclui Fox e "Wall Street Journal", durante debate em evento em NY
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
O magnata da mídia Rupert Murdoch, dono da News
Corp. -que inclui a Fox e o
"Wall Street Journal"-, disse
anteontem que, "assim como
não há almoço grátis, não há
notícia grátis".
"Produzir notícias custa
dinheiro. Temos que encontrar uma maneira econômica
[para a transição]. E o iPad é
uma grande oportunidade
para fazermos isso."
Questionado sobre a revolução digital e como as empresas devem se adaptar a
ela, Murdoch disse ainda não
ter encontrado uma fórmula,
mas voltou a defender que o
conteúdo jornalístico na internet seja pago.
Ele se mostrou um entusiasta do iPad, ""uma grande
invenção, que combina várias formas de mídia para
inúmeras pessoas".
O empresário abriu o encontro econômico New York
Forum, anteontem. O encontro, que teve o apoio do jornal
""The New York Times" -rival do ""Wall Street Journal"
de Murdoch- , distribuiu
iPads aos participantes, sob
o argumento de ser o primeiro evento do tipo a não usar
folhas de papel.
Ele pediu ""menos [interferência do] governo e menos
impostos" para que o país
possa estimular o crescimento ""em massa" das pequenas
empresas.
Do contrário, afirma, os
americanos devem se preparar para mais dois anos e
meio de crescimento zero,
""na melhor das hipóteses".
Para ele, o governo americano vai na direção errada na
solução da crise financeira.
Segundo Murdoch, os EUA
estão prestes a ter os "impostos mais altos do mundo" e a
aprovar uma reforma de regulamentação financeira
que ""punirá empresas e bancos de uma forma que não
tem nada a ver com a crise".
SEM AUTORIDADE
Durante o debate, Murdoch fez ainda duras críticas
ao presidente dos EUA, Barack Obama, que, segundo
ele, ""não estabelece claramente a sua autoridade".
""Ninguém percebeu [durante a campanha] que estava elegendo alguém tão à esquerda", afirmou.
O australiano criticou a reforma do sistema de saúde
(""uma ficção"), a política de
imigração (""um escândalo")
e a educação no país.
Ele defendeu que imigrantes talentosos que estudem
ou trabalhem com inovação
tecnológica recebam visto de
permanência nos EUA.
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