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ANÁLISE
Financiamento habitacional deve ganhar espaço no crédito
PAULO MIGUEL
ESPECIAL PARA A FOLHA
As últimas informações
sobre crédito no Brasil confirmam o bom momento da atividade econômica.
A concessão de crédito
destinada a pessoas físicas
(descontado o crédito rotativo) manteve ritmo de crescimento próximo a 20% ao ano
em maio, impulsionado principalmente pelo crescimento
de 78% no financiamento de
veículos.
Tal crescimento deve ter
alguma acomodação nos
próximos meses, em razão da
esperada perda de fôlego nas
vendas de automóveis com o
fim dos incentivos tributários
e da expectativa de que o
aperto monetário comece a
ter algum efeito.
Do lado das empresas, os
resultados recentes também
são bastante favoráveis.
Após um período de estagnação até o final de 2009, a
concessão de crédito tem
acelerado rapidamente nesse setor.
As concessões de financiamento de médio e longo prazo para empresas cresceram
41% em maio ante o mesmo
período de 2009. Tal comportamento é uma confirmação
da alta disposição para investimento.
O avanço do crédito foi notável nos últimos anos: em
2004 o estoque de crédito da
economia mal alcançava
25% do PIB, relação que atingiu 46% em maio deste ano,
impulsionada especialmente
pelo crédito pessoal.
Parte importante do dinamismo da economia brasileira no período decorre desta
transformação.
HABITAÇÃO EM ALTA
O que esperar para o futuro? Estudo recente publicado
pelo BNDES sugere que em
2014 a relação crédito/PIB ultrapassará os 70%.
Fica claro que o crescimento dependerá de outras
modalidades, pois o crédito
pessoal já atingiu nível próximo ao padrão internacional.
O grande vetor de dinamismo deverá ser o segmento
habitacional, no qual o Brasil
ainda se situa muito abaixo
da média, mesmo em relação
a outros países em desenvolvimento.
Para que essas projeções
se confirmem, será necessário que o país continue convergir para uma taxa de juros
real mais baixa e mantenha a
estabilidade econômica.
O crédito imobiliário será
um grande instrumento para
acelerar o crescimento econômico, mas deve ser bem regulado para evitar os erros e
excessos dos muitos países
que hoje se veem em dificuldades.
PAULO MIGUEL é sócio-diretor da Quest
Investimentos
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