São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2010

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Países emergentes ganham mais poder dentro do FMI

Reforma debatida na reunião do G20 tira força de nações ricas e deve levar Brasil de 14º para 10º com mais peso na instituição

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, afirmou ontem que o G20 chegou ontem a um acordo para "a maior reforma da história" do Fundo, dando mais poder aos emergentes.
A proposta é ainda mais profunda do que a que vinha sendo debatida desde 2009. Os países ricos deverão transferir para os emergentes mais de seis pontos percentuais das suas cotas no FMI -a discussão anterior falava em cinco pontos percentuais.
Ou seja, os emergentes (especialmente Brasil, Rússia, China e Índia) terão mais força nas discussões dentro do Fundo, refletindo, ao menos em parte, as mudanças na economia global com a crise que teve início há dois anos.
Segundo um ministro russo, no sistema de forças do FMI, o Brasil passará da 14ª posição (com 1,8% das cotas) para o décimo lugar.
Mas ninguém ganhará mais poder que a China, que terá o terceiro maior peso na instituição, passando Alemanha, França e Reino Unido -fica atrás de Japão e EUA.
As cotas no FMI determinam os direitos de voto, os compromissos financeiros e o acesso a ajuda.
Como os europeus é que deverão ceder força, os EUA continuarão com poder de veto, já que as decisões principais precisam de aprovação de 85% do capital votante. Pelo modelo atual, os EUA têm 17,7% das cotas.
As mudanças, que deverão levar um ano para ser implementadas, preveem ainda que os europeus deverão ceder 2 das 8 cadeiras que têm na direção do Fundo (ou 9, dependendo do período) e que as cotas que os países têm no FMI serão dobradas.
Na reunião do G20, na Coreia do Sul, os países se comprometeram "a evitar desvalorização competitiva de moedas" e a "manter em níveis sustentáveis os desequilíbrios em conta-corrente". Porém, não colocaram uma meta de 4% no superavit/deficit em conta-corrente, como queria o governo dos EUA.


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