São Paulo, terça-feira, 25 de maio de 2010

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SOCIAIS & CIA

Empresas e ONGs reforçam parcerias na área ambiental

Antes impensada, relação entre essas organizações ganha espaço visando toda a coletividade, no Brasil e no mundo

Hoje, empresários e ONGs formam parcerias por causas comuns, como a preservação de rios e a menor poluição

ANDRÉ PALHANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na quarta-feira passada, durante congresso anual da Abal (Associação Brasileira do Alumínio), o representante de uma ONG ambientalista que participava de debate sobre mudanças climáticas fez uma provocação ao público.
Disse que, se aquele debate fosse realizado cinco anos antes, dificilmente o representante de uma ONG seria chamado para compor a mesa ao lado de empresários e especialistas do governo. Se o debate ocorresse há dez anos, completou, "certamente não seria chamado".
Mais do que uma brincadeira para desanuviar o clima formal do evento, composto em sua maioria por empresários e fornecedores do setor de alumínio, a provocação do representante da ONG revela uma mudança radical no modo como empresas e organizações se relacionam hoje na área ambiental. No Brasil e no mundo.
A desconfiança mútua e o confronto aberto que sempre marcou a relação entre essas duas esferas vêm gradualmente cedendo lugar a uma nova realidade: a formação de parcerias estratégicas, em causas que vão desde a preservação de bacias hidrográficas até a redução das emissões de carbono.

DIÁLOGO CONJUNTO
"Imaginar que faríamos parcerias com empresas para defender causas comuns era algo realmente impossível até bem pouco tempo atrás", diz a diretora de gestão do conhecimento da SOS Mata Atlântica, Márcia Hirota.
"Hoje, esse diálogo, historicamente marcado pela disputa, passa a ser cada vez mais o da construção conjunta, especialmente no formato de parcerias", diz ela.
Para o diretor de assuntos institucionais da Alcoa, Nemércio Nogueira, "o conhecimento que as empresas têm hoje sobre a necessidade de um desenvolvimento sustentável tem movido os dois lados rumo a uma convergência, mesmo que empresas e ONGs continuem sendo "animais" totalmente diferentes".
É nesse contexto que o consumidor vê com cada vez mais frequência nomes como Coca-Cola, AmBev, Banco do Brasil e Alcoa, entre outros, associados a entidades como WWF, SOS Mata Atlântica e Conservação Internacional, apenas para citar alguns.
Antes de a parceria ser fechada, empresas e organizações se avaliam mutuamente. Sem credibilidade de um dos lados, o trabalho é muitas vezes suspenso.


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