São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 2011

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Oi decide simplificar estrutura acionária

Plano prevê incorporação de empresas controladas pela Brasil Telecom; objetivo é gerar economias de custos

Oi tem hoje quatro controladas e sete papéis negociados em Bolsas; papéis têm valorização de até 13%

JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO

Com o objetivo de cortar custos, atrair investimentos e facilitar acesso a financiamento, a Oi iniciou um plano de simplificação acionária.
Hoje a operadora é formada por quatro empresas e três negociam papéis na Bovespa e na Bolsa de Nova York.
Após a entrada efetiva da PT (Portugal Telecom) na Oi, com um aporte de R$ 8,4 bilhões em março, os controladores decidiram unificar suas controladas. A BrT (Brasil Telecom), adquirida pela Oi em 2009, foi escolhida para incorporar as demais.
Para ser levada adiante, essa reorganização precisa de anuência da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e dos acionistas de cada empresa separadamente. As assembleias ocorrerão em até seis meses.
Depois disso, a Oi passará a ter somente dois tipos de ação (ordinárias e preferenciais), negociadas sob a nova Oi S.A. No total, as controladas da Oi têm hoje sete papéis no país e no exterior.
Coube à PT o planejamento da reestruturação da "nova Oi". A Folha apurou que serão três passos.
O primeiro é a simplificação acionária, prevendo corte de custos administrativos, operacionais e financeiros.
No passado, a Vivo -que era controlada pela PT em parceria com a Telefónica- também possuía diversas controladas e passou pelo mesmo processo. Resultado: economias anuais de custo de cerca de R$ 1 bilhão.
Com isso, a Vivo teve mais facilidade para obter financiamentos no país e no exterior. Consolidando a base de acionistas em uma só empresa, também conseguiu garantir política de longo prazo para o pagamento de dividendos e ter mais liquidez.
Justamente por isso, os papéis das controladas da Oi subiram ontem e registraram valorização de até 13% (veja quadro acima).
Superada a fase dos cortes, o passo seguinte será o lançamento de produtos -algo que depende da aprovação de novo modelo de regulação, prevendo, por exemplo, a abertura do mercado de TV a cabo às teles.
Depois disso, a Oi dará o passo final, batizado internamente de "virada operacional". Ela prevê a retomada de participação de mercado em grandes centros com internet, voz e celular, prejudicados nos últimos anos pelo "peso" financeiro que "congelou" investimentos.

PRESIDÊNCIA
James Meaney ficará no comando operacional da Oi. Para a presidência do grupo, o mais cotado é Francisco Valim, que atualmente preside a Serasa Experian para Europa, Oriente Médio, África e América Latina.
Valim já foi diretor da Oi (Telemar), é um executivo com visão "financeira", mas não preenche um quesito considerado fundamental pelos controladores: bom trânsito em Brasília.
O nome do ex-ministro das Comunicações Hélio Costa também foi cogitado, mas teve restrição da Presidência da República. Valim pode ser o escolhido e, para suprir a lacuna "institucional", Ercio Zilli (ex-Vivo) poderia assumir um posto. O prazo final para a escolha é 30 de junho, quando Luiz Eduardo Falco deixa o cargo.


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