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Reservatório em baixa deve afetar conta de luz
Falta de água para as hidrelétricas força o aumento de geração pelas termelétricas; custo extra de R$ 500 mi será pago pelo consumidor
Risco de haver apagão é descartado, mesmo com armazenamento nos reservatórios abaixo das metas estipuladas
AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO
Os reservatórios das usinas hidrelétricas do Nordeste, do Sudeste e do Centro-Oeste vão encerrar o mês
abaixo do nível determinado
pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o
gestor do SIN (Sistema Interligado Nacional).
Isso ocorrerá mesmo com
o aumento da geração de
energia por termelétricas,
mecanismo usado para garantir que o nível-meta dos
reservatórios para o fim de
novembro fosse atingido.
A situação é de atenção,
embora haja indicações de
que o período de chuvas, que
se inicia agora, seja generoso
para o setor elétrico, principalmente em razão do enfraquecimento do fenômeno climático La Niña, o que pressupõe chuvas acima do pior
nível histórico no verão.
Apagões por falta de energia estão afastados, porque,
se houver chuvas insuficientes para encher os reservatórios, o ONS tem a opção da
geração térmica. O problema
é o custo para o consumidor.
O valor que o consumidor
deve receber na sua conta de
luz em 2011 por geração "fora
da ordem de mérito de custo"
(fora do critério de geração
pelo preço mais baixo) já
chega a R$ 500 milhões.
O custo dessa produção de
energia em 2009 foi de R$ 230
milhões. A despesa deste ano
não atingiu os R$ 2,3 bilhões
de 2008, mas indica aceleração desse custo.
A substituição da geração
hidrelétrica pela termelétrica
foi o mecanismo encontrado
pelo CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico)
em 2008, exatamente quando o país consumiu a energia
armazenada nos reservatórios e topou com um verão de
poucas chuvas.
Embora tenha turbinas suficientes para abastecer o
país, o regime de chuvas precisa ser favorável.
O país não pode entrar no
período seco (que se inicia
em maio) com níveis baixos
nos reservatórios -do contrário, terá problemas de
abastecimento ao longo do
inverno. Se isso ocorrer, o
país terá de acionar o parque
de geração térmica.
A região que compreende
o Sudeste e o Centro-Oeste
deve fechar o mês com 39%
do nível de armazenamento
nos reservatórios. O objetivo
em novembro era entre 43%
e 44%. Segundo dado do
ONS para o dia 23, o nível dos
reservatórios dessas regiões
estava em 40,85%.
No Nordeste, a situação é
semelhante. Na terça-feira, o
nível dos reservatórios estava em 39,50%. Pela meta original, era para estar em 45%
no fim de novembro.
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