São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2010

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Reservatório em baixa deve afetar conta de luz

Falta de água para as hidrelétricas força o aumento de geração pelas termelétricas; custo extra de R$ 500 mi será pago pelo consumidor

Risco de haver apagão é descartado, mesmo com armazenamento nos reservatórios abaixo das metas estipuladas

AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO

Os reservatórios das usinas hidrelétricas do Nordeste, do Sudeste e do Centro-Oeste vão encerrar o mês abaixo do nível determinado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o gestor do SIN (Sistema Interligado Nacional).
Isso ocorrerá mesmo com o aumento da geração de energia por termelétricas, mecanismo usado para garantir que o nível-meta dos reservatórios para o fim de novembro fosse atingido.
A situação é de atenção, embora haja indicações de que o período de chuvas, que se inicia agora, seja generoso para o setor elétrico, principalmente em razão do enfraquecimento do fenômeno climático La Niña, o que pressupõe chuvas acima do pior nível histórico no verão.
Apagões por falta de energia estão afastados, porque, se houver chuvas insuficientes para encher os reservatórios, o ONS tem a opção da geração térmica. O problema é o custo para o consumidor.
O valor que o consumidor deve receber na sua conta de luz em 2011 por geração "fora da ordem de mérito de custo" (fora do critério de geração pelo preço mais baixo) já chega a R$ 500 milhões.
O custo dessa produção de energia em 2009 foi de R$ 230 milhões. A despesa deste ano não atingiu os R$ 2,3 bilhões de 2008, mas indica aceleração desse custo.
A substituição da geração hidrelétrica pela termelétrica foi o mecanismo encontrado pelo CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) em 2008, exatamente quando o país consumiu a energia armazenada nos reservatórios e topou com um verão de poucas chuvas.
Embora tenha turbinas suficientes para abastecer o país, o regime de chuvas precisa ser favorável.
O país não pode entrar no período seco (que se inicia em maio) com níveis baixos nos reservatórios -do contrário, terá problemas de abastecimento ao longo do inverno. Se isso ocorrer, o país terá de acionar o parque de geração térmica.
A região que compreende o Sudeste e o Centro-Oeste deve fechar o mês com 39% do nível de armazenamento nos reservatórios. O objetivo em novembro era entre 43% e 44%. Segundo dado do ONS para o dia 23, o nível dos reservatórios dessas regiões estava em 40,85%.
No Nordeste, a situação é semelhante. Na terça-feira, o nível dos reservatórios estava em 39,50%. Pela meta original, era para estar em 45% no fim de novembro.


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