São Paulo, quarta-feira, 26 de maio de 2010 |
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Fantástica cidade de chocolate
A mineira Extrema, na divisa com São Paulo, abriga a Kopenhagen e a Barry Callebaut
LUIZA BANDEIRA ENVIADA ESPECIAL A EXTREMA (MG) Com pouco mais de 27 mil habitantes e 90% do PIB proveniente da produção industrial, Extrema (MG), na divisa com São Paulo, passa por uma saborosa transformação: substitui metalúrgicas por fábricas de chocolate. "Se eu trabalhasse numa metalúrgica, iria comer o quê? Parafusos?", brinca o engenheiro químico Flávio Venturini, 34, da Kopenhagen. "Aqui é muito mais gostoso", completa. A partir de amanhã, outras 70 pessoas começam a trabalhar no setor chocolateiro da cidade. Será inaugurada a primeira fábrica no Brasil da Barry Callebaut, a maior produtora de chocolate como matéria-prima do mundo. A abertura da empresa belga acontece dois meses depois de a Kopenhagen finalizar a transferência de toda a sua produção para Extrema. Em menos de dez meses, a cidade, que também abriga há 11 anos uma fábrica da Bauducco, viu dobrar o número de pessoas empregadas na indústria alimentícia. Hoje, as fábricas instaladas têm capacidade de empregar 2.670 pessoas, o equivalente a cerca de 10% da população do município. O maior desafio de se instalar na cidade, segundo o vice-presidente financeiro da Kopenhagen, Fernando Vichi, é a mão de obra. "As indústrias disputam a mesma mão de obra. Você entra com alto investimento e às vezes não consegue reter funcionários." Para suprir a demanda, a cidade está "importando" funcionários dos municípios do entorno. Moradora de Bragança Paulista, a estudante de jornalismo Fernanda Domingues, 19, está há cinco meses na fábrica da Kopenhagen. Mandou currículo assim que soube da abertura da vaga. A justificativa para tamanha pressa segue a de quase todos os funcionários: foi atraída pelo chocolate. ATRATIVOS A ida de empresas para Extrema se deve à localização -pela Fernão Dias, fica a cerca de uma hora de São Paulo- e aos incentivos fiscais oferecidos pela prefeitura e pelo governo do Estado. Outro fator favorável é o clima ameno, que facilita o manuseio do chocolate, diz Fernando Vichi. A Kopenhagen planeja produzir 3.500 toneladas de chocolate ao ano na cidade. Já a Barry Callebaut tem expectativa maior: por ano, serão 20 mil toneladas de chocolates, que poderão ser exportados para o Mercosul. A Barry não faz o produto final, mas fabrica chocolate para produção industrial de outras empresas e também para confeitarias e docerias. O investimento foi de R$ 28 milhões. A produção servirá como matéria-prima mais acessível para os chocolateiros nacionais. Já os chocolates premium continuarão a ser importados da Callebaut na Bélgica. Texto Anterior: Brasil não sustenta crescimento de 7% ao ano, diz FMI Próximo Texto: Cheiro atrai até quem não é "chocólatra" Índice |
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