São Paulo, quarta-feira, 26 de maio de 2010

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commodities

Fibras vão substituir o aço no pré-sal

Materiais como resinas e fibras de vidro ou carbono reduzem o custo de produção em grandes profundidades

O elevado nível de gás carbônico do óleo do pré-sal, aliado à água salgada, provoca acelerada corrosão

MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO

Dentro de cinco a dez anos o aço perderá espaço na indústria petrolífera. A exploração do pré-sal vai provocar uma substituição de tecnologia que reduzirá os custos de produção, dizem pesquisadores do Cenpes (Centro de Pesquisas da Petrobras).
O objetivo é aumentar o emprego de resinas e fibras de vidro ou carbono nos tubos que farão o transporte do petróleo dos poços para as plataformas.
Esses materiais oferecem vantagens sobre o aço, como maior leveza e resistência à corrosão.
"Isso é totalmente pioneiro no mundo", afirma Carlos Cunha, gerente de tecnologia de materiais, equipamentos e corrosão do Cenpes.
Ele explica que o óleo do pré-sal tem elevado nível de gás carbônico que, associado à água salgada, causa acelerada corrosão metálica.
Segundo o pesquisador do Cenpes Luiz Meniconi, a Petrobras está investindo no desenvolvimento de novas tubulações flexíveis, sem nenhum metal. A pesquisa é feita com universidades federais e empresas estrangeiras.
Embora o custo inicial das fibras de vidro e carbono nem sempre seja menor que o do aço, esses materiais podem viabilizar sistemas de produção mais eficientes para águas ultraprofundas, que seriam potencialmente mais econômicos no horizonte de 25 anos de operação.
O pré-sal chega a mais de 7.000 metros. Nesses locais, tubos de aço ficam muito pesados para a plataforma sustentar, diz Meniconi.
Além de o tubo ser mais longo, a pressão externa é muito maior. Já as fibras devem permitir o uso de plataformas menores.
Ainda segundo o engenheiro, a função do aço é resistir à elevada pressão interna e externa, às correntes marítimas e ao movimento da plataforma. O desafio é substituí-lo pela fibra, na camada estrutural do tubo.
"Já há material seguro e economicamente viável para o pré-sal. Buscamos maior eficiência", resume Cunha.


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