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Crises na Europa e Coreia derrubam Bolsa
Temor de conflito na Ásia e de calote de europeus leva Bovespa a recuar 1,2%; Itália anuncia corte de gastos
Ações das instituições
financeiras tiveram
algumas das piores
perdas no pregão de
ontem da Bolsa de SP
EPAMINONDAS NETO
DE SÃO PAULO
As ações de bancos foram
as mais castigadas na rodada
de negócios de ontem da Bolsa de Valores brasileira, refletindo o temor generalizado entre investidores de que
a crise da zona do euro ganhe
novos contornos.
A intervenção do BC espanhol sobre uma pequena instituição financeira ainda repercute, devido ao temor de
que os problemas fiscais dos
países contaminem o setor
bancário, num continente
em que os bancos de um país
estão carregados de dívidas
das nações vizinhas.
As preocupações com a capacidade dos governos europeus de manter as suas dívidas em dia continuam a influenciar no comportamento
dos investidores. Ontem foi a
vez de a Itália anunciar plano
para cortar gastos, de 24 bilhões em dois anos, repetindo o exemplo de países como
Espanha, Grécia e Portugal.
O governo Berlusconi pretende, entre outras medidas,
congelar o salário do funcionalismo por três anos e cortar
os ganhos dos trabalhadores
mais graduados. Tudo isso
para reduzir o deficit para
2,7% do PIB em 2012, ante
5,3% no ano passado.
Além da Europa, a tensão
entre Coreia do Sul e Coreia
do Norte não ajudou a acalmar os ânimos. A perspectiva
de um confronto, embora
pouco provável neste momento, reforçou a opção pela
cautela entre os investidores.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) refletiu de
ponta a ponta esse quadro.
Pela manhã, as Bolsas asiáticas e europeias desabavam,
e o principal índice brasileiro
de ações (o Ibovespa) chegou
a cair 3% no pior momento
dia. O "tombo" da Bolsa ficou
um pouco mais suave à medida que os mercados norte-americanos também reduziram as suas perdas.
O índice Dow Jones, de Nova York, encerrou o pregão
com baixa de 0,23%. O Ibovespa recuou 1,22%. Na Europa, a Bolsa de Londres se
desvalorizou em 2,54%.
Com o setor bancário em
destaque, foram justamente
as ações das instituições financeiras que tiveram algumas das piores perdas no dia
na Bovespa. A "unit" (recibo
de ações) do grupo Santander retrocedeu 5,90%; a ação
preferencial do Itaú Unibanco caiu 2,46%, enquanto o
papel do Bradesco teve baixa
de 4,08%.
"O problema ainda é Europa. E creio que o mercado
tende a ficar ainda mais seletivo no curto prazo. Nós temos que lembrar que o noticiário sobre o setor bancário
não foi nada positivo nas últimas semanas", diz Expedito Araújo, da mesa de operações da Alpes Corretora.
Os negócios com a moeda
americana também refletiram o nervosismo generalizado. A taxa de câmbio se
aproximou de R$ 1,92, mas
perdeu ímpeto no final da
tarde, cravando R$ 1,868 no
fechamento (avanço de
0,21% ante o dia anterior).
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