São Paulo, domingo, 26 de junho de 2011

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Só indiano demora mais que brasileiro para trocar celular

Em média, consumidores do país levam quase sete anos para substituir aparelho, aponta estudo de consultoria

Nos EUA, prazo é de 22 meses; especialista diz que subsídio de operadora influencia mais do que a renda

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

O brasileiro é o segundo consumidor que leva mais tempo para trocar de telefone celular, segundo levantamento feito em 14 grandes mercados.
No ano passado, o brasileiro demorava em média 81 meses (quase sete anos) para trocar de aparelho, prazo que só é superado pelos indianos, que trocam de celular a cada cerca de oito anos.
Ao contrário da Índia, porém, o brasileiro está levando cada vez mais tempo para mudar de celular. Em 2007, esse prazo era de 52 meses.
Os consumidores americanos são os que trocam de aparelho com mais rapidez, ainda que a crise tenha aumentado o prazo de espera.
Segundo o estudo da consultoria Recon Analytics, em 2010 os americanos mudaram de celular em 22 meses -em 2007, quando a economia estava mais forte, essa demora era de 19 meses.
Para Roger Entner, fundador da consultoria americana, o levantamento mostra que o tempo que o consumidor demora para trocar de celular é influenciado mais pelos subsídios que recebe das companhias do que pela renda ou pelo fato de o aparelho dele ser pré-pago ou não.
"As pessoas reagem muito ao valor percebido que o aparelho manifesta. É realmente algo muito poderoso", afirmou. De acordo com ele, um subsídio de US$ 100 reduz o ciclo de troca de aparelho em oito meses.

IPHONE
A pesquisa da Recon Analytics afirma que o Brasil, o México e a Índia são os únicos países em que o iPhone com valor subsidiado (porque as pessoas fazem contratos longos) é vendido com lucro pelas companhias.
"O iPhone nesses países é um símbolo de status mais do que nos Estados Unidos e é simplesmente inacessível para o consumidor comum. Assim, as operadoras nesses países seguem o caminho racional de cobrar pelo iPhone como um item de luxo para uma clientela que não se importa com o preço", afirma o estudo.
Um reflexo disso é que os smartphones (como o iPhone e o BlackBerry) ainda representam, no Brasil, uma fatia menor do tráfego na internet do que em outras grandes economias.
Outra consequência é que o faturamento per capita das companhias de telefonia no Brasil é também um dos menores do mundo, já que a maioria dos aparelhos celular é de pré-pagos e ainda são poucos (em relação ao patamar das economias desenvolvidas) os smartphones, que geram receita expressiva com seu consumo de internet, por exemplo.


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