|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
AP vai criar "Ecad" de material jornalístico nos Estados Unidos
Órgão independente será lançado no ano que vem e deve monitorar uso de conteúdo on-line e cobrar royalties
Associated Press diz que serviço é resposta à prática usual na web de "copiar, colar e agregar" conteúdo original
DE SÃO PAULO
A agência de notícias Associated Press (AP) pretende
lançar no ano que vem uma
câmara de compensação para administrar o uso de conteúdo noticioso on-line nos
EUA, uma espécie de Ecad
(escritório que monitora no
Brasil o direito autoral musical) do material jornalístico.
Por meio da câmara, os
produtores de conteúdo (de
blogueiros a jornal) poderão
acompanhar o uso de suas
reportagens -ou fotos, ou vídeos- e receber royalties.
O serviço, independente,
contará com diversos integrantes e não monitorará
apenas o conteúdo produzido pela AP, uma das maiores
agências de notícias do mundo. A Associação dos Jornais
da América (grupo que tem
mais de 200 membros) também vai integrar a câmara.
A criação do serviço, segundo o presidente da Associated Press, Tom Curley, é
uma resposta "à prática corriqueira na web de capturar,
copiar, colar e agregar" que
"tirou valor considerável" do
conteúdo original.
"Nós agimos por um motivo fundamental. Chegamos a
um momento de agora ou
nunca. Nós -os criadores de
conteúdo noticioso original- temos o dever de garantir que a verdade em uma democracia não passe pelo
mesmo que ocorreu com os
documentos de hipotecas
imobiliárias [referência à crise americana]: perdida ou
em algum lugar obscuro."
A ideia é que, grosso modo, o serviço funcione assim:
toda vez que um jornal (por
exemplo) publicar conteúdo
em seu site, ele vai colocar
"tags" (palavras-chaves)
com origem, sobre o que se
trata, como pode ser usado e
condições de pagamento.
Quem usar o conteúdo estará concordando com as regras do criador e caberá à câmara de compensação principalmente monitorar a utilização e os pagamentos.
Uma outra atribuição da
câmara é que os produtores
de conteúdo poderão saber
mais facilmente como seu
material está sendo utilizado
e cobrar os seus direitos.
"Essa é a estrutura comercial para notícias e informação que tanto faltava na internet. Ela aproveita o próximo passo lógico no avanço
da economia da informação
digital ao ajudar os desenvolvedores de conteúdo a criar
fontes de receitas", afirmou
Curley na semana passada.
Texto Anterior: Benjamin Steinbruch: Não dá para esperar janeiro Próximo Texto: Mídia: Donos do "Independent" lançam jornal de R$ 0,53 no Reino Unido Índice | Comunicar Erros
|