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Atlântico Sul faz melhor proposta em leilão de sonda
Encomenda da Petrobras, porém, ainda poderá ser dividida com rivais
Estaleiro vencedor cobrou R$ 8 bilhões por sete navios-sonda; segundo colocado cobrou R$ 8,04 bilhões
PEDRO SOARES
DO RIO
O estaleiro Atlântico Sul
apresentou ontem o menor
preço na licitação para a
construção de 28 navios-sonda de exploração e perfuração de petróleo, a maior encomenda da Petrobras para o
pré-sal.
A empresa apresentou o
valor de US$ 4,65 bilhões
(cerca de R$ 8 bilhões) para
um lote de sete embarcações,
o que corresponde ao valor
de US$ 644,3 milhões por
unidade.
Se esse preço prevalecer
para todas as sondas, a licitação chegará a US$ 18,6 bilhões. O total ficaria abaixo
até mesmo do piso estimado
pelo setor para a encomenda: cerca de US$ 20 bilhões.
Havia a expectativa de que
o custo final dos contratos
pudesse atingir US$ 30 bilhões -e se aproximar dos
US$ 33 bilhões previstos para
o trem-bala.
A proposta do Atlântico
Sul foi mais baixa do que a do
consórcio Alusa/Galvão Engenharia, o segundo mais
bem classificado, com preço
de US$ 4,678 bilhões -ou
US$ 668,4 milhões por navio-sonda.
ENCOMENDA FATIADA
O resultado final da concorrência, porém, não foi
proclamado ainda porque
existe um prazo de cinco dias
corridos para recursos e análise de documentos apresentados. A Petrobras pode ainda renegociar preços e eventualmente cancelar a concorrência, caso julgue que os
custos são excessivos.
De todo modo, o certo é
que o Atlântico Sul, que tem
base em Pernambuco, já assegurou, ao menos, a construção das sete primeiras
sondas em suas instalações.
A expectativa é que a Petrobras passe a uma fase de negociação e fatie o restante da
encomenda.
ESPAÇO RESERVADO
O consórcio Alusa/Galvão
não se pronunciou oficialmente, mas a Folha apurou
que o grupo acredita que será
escolhido para assumir a
construção de um lote de
sondas.
Como seu preço superou
em apenas US$ 29 milhões o
do Atlântico Sul, a avaliação
é que é perfeitamente factível
chegar ao custo proposto pelo concorrente.
Tido com um dos favoritos
desde o começo da licitação,
há mais de um ano, o consórcio já tem reservada uma
área para a instalação do seu
estaleiro, no norte fluminense. O empreendimento depende, porém, da vitória na
licitação.
O Atlântico Sul já tem capacidade instalada para a
construção das sondas em
sua área próxima ao porto de
Suape, no entorno de Recife.
Depende apenas de obras de
ampliação.
Segundo Guilherme Pinto,
diretor da Queiroz Galvão
(controladora do Atlântico
Sul, ao lado da Camargo Corrêa), o estaleiro tem condições de assumir a construção
de mais sondas.
Ele espera negociar isso
com a Petrobras a partir de
agora. "O que temos garantido é a construção de sete navios-sonda, mas temos mais
capacidade."
Para as 28 sondas, a Petrobras definiu que o modelo será o de navios. Foi licitada
ainda uma segunda encomenda, de apenas duas sondas, cujo tipo de unidade de
perfuração não foi definido.
A estatal pode optar por sondas fixas ou semissubmersível ou ainda navios-sonda.
Para esse lote, os menores
preços foram propostos pelo
Atlântico Sul (US$ 719 milhões) e pela Keppel Fels
(US$ 748 milhões).
Com estaleiro em Angra
dos Reis, a Keppel foi a terceira colocada na disputa dos 28
navios-sonda, com preço total de US$ 5,179 bilhões
-US$ 739,9 milhões por embarcação.
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