São Paulo, sexta-feira, 26 de novembro de 2010

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Atlântico Sul faz melhor proposta em leilão de sonda

Encomenda da Petrobras, porém, ainda poderá ser dividida com rivais

Estaleiro vencedor cobrou R$ 8 bilhões por sete navios-sonda; segundo colocado cobrou R$ 8,04 bilhões

PEDRO SOARES
DO RIO

O estaleiro Atlântico Sul apresentou ontem o menor preço na licitação para a construção de 28 navios-sonda de exploração e perfuração de petróleo, a maior encomenda da Petrobras para o pré-sal.
A empresa apresentou o valor de US$ 4,65 bilhões (cerca de R$ 8 bilhões) para um lote de sete embarcações, o que corresponde ao valor de US$ 644,3 milhões por unidade.
Se esse preço prevalecer para todas as sondas, a licitação chegará a US$ 18,6 bilhões. O total ficaria abaixo até mesmo do piso estimado pelo setor para a encomenda: cerca de US$ 20 bilhões.
Havia a expectativa de que o custo final dos contratos pudesse atingir US$ 30 bilhões -e se aproximar dos US$ 33 bilhões previstos para o trem-bala.
A proposta do Atlântico Sul foi mais baixa do que a do consórcio Alusa/Galvão Engenharia, o segundo mais bem classificado, com preço de US$ 4,678 bilhões -ou US$ 668,4 milhões por navio-sonda.

ENCOMENDA FATIADA
O resultado final da concorrência, porém, não foi proclamado ainda porque existe um prazo de cinco dias corridos para recursos e análise de documentos apresentados. A Petrobras pode ainda renegociar preços e eventualmente cancelar a concorrência, caso julgue que os custos são excessivos.
De todo modo, o certo é que o Atlântico Sul, que tem base em Pernambuco, já assegurou, ao menos, a construção das sete primeiras sondas em suas instalações. A expectativa é que a Petrobras passe a uma fase de negociação e fatie o restante da encomenda.

ESPAÇO RESERVADO
O consórcio Alusa/Galvão não se pronunciou oficialmente, mas a Folha apurou que o grupo acredita que será escolhido para assumir a construção de um lote de sondas.
Como seu preço superou em apenas US$ 29 milhões o do Atlântico Sul, a avaliação é que é perfeitamente factível chegar ao custo proposto pelo concorrente.
Tido com um dos favoritos desde o começo da licitação, há mais de um ano, o consórcio já tem reservada uma área para a instalação do seu estaleiro, no norte fluminense. O empreendimento depende, porém, da vitória na licitação.
O Atlântico Sul já tem capacidade instalada para a construção das sondas em sua área próxima ao porto de Suape, no entorno de Recife. Depende apenas de obras de ampliação.
Segundo Guilherme Pinto, diretor da Queiroz Galvão (controladora do Atlântico Sul, ao lado da Camargo Corrêa), o estaleiro tem condições de assumir a construção de mais sondas.
Ele espera negociar isso com a Petrobras a partir de agora. "O que temos garantido é a construção de sete navios-sonda, mas temos mais capacidade."
Para as 28 sondas, a Petrobras definiu que o modelo será o de navios. Foi licitada ainda uma segunda encomenda, de apenas duas sondas, cujo tipo de unidade de perfuração não foi definido. A estatal pode optar por sondas fixas ou semissubmersível ou ainda navios-sonda.
Para esse lote, os menores preços foram propostos pelo Atlântico Sul (US$ 719 milhões) e pela Keppel Fels (US$ 748 milhões).
Com estaleiro em Angra dos Reis, a Keppel foi a terceira colocada na disputa dos 28 navios-sonda, com preço total de US$ 5,179 bilhões -US$ 739,9 milhões por embarcação.


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