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Desemprego cai a 6,1%, menor taxa desde 2002
Renda sobe e atinge recorde de R$ 1.515
DO RIO
Sob impacto positivo do
consumo doméstico e da menor procura por trabalho, a
taxa de desemprego cedeu,
em outubro, para 6,1% nas
seis principais regiões metropolitanas do país.
Trata-se da menor marca
desde o início da série histórica do IBGE, em março de
2002, atingida pelo terceiro
mês consecutivo. Em setembro, a taxa foi de 6,2%.
O rendimento do trabalhador, por sua vez, avançou
6,5% na comparação com
outubro de 2009. Foi a maior
variação mensal desde junho
de 2006. Em relação a setembro, o indicador subiu 0,3%.
Estimada em R$ 1.515,40
em outubro, a renda alcançou o mais alto patamar, em
valores, da pesquisa do IBGE, apesar da aceleração da
inflação naquele mês, quando o INPC bateu em 0,92%.
O impulso ainda é resultado do reajuste real do salário
mínimo e do aquecimento do
mercado de trabalho, segundo Cimar Azeredo Pereira,
gerente do IBGE.
Para Azeredo Pereira, a
economia segue em expansão e o emprego responde a
tal dinamismo.
Diante do cenário favorável, o gerente não descarta
taxas mais baixas em novembro e dezembro, já que há
tendência sazonal de queda
do desemprego nos últimos
meses do ano.
"Sabemos que em novembro e em dezembro há uma
maior absorção de trabalhadores temporários. A maior
oferta de vagas e a redução
da procura por trabalho que
ocorre no fim de dezembro
devem manter a taxa de desemprego em níveis historicamente baixos", disse.
TENDÊNCIA
Já Thaís Marzolla Zara,
economista da Rosenberg &
Associados, diz que a queda
da taxa de desemprego tende
a ser marginal e esporádica
daqui para a frente. "Já houve tendência mais forte de
contratação. O grosso do movimento já passou."
Segundo a economista, a
renda em alta propicia a saída de membros secundários
(filhos e cônjuges) do mercado de trabalho -o que, consequentemente, reduz a procura por uma vaga.
Para a LCA, a taxa de desemprego cai, porém, na esteira da maior geração de vagas no setor de serviços. O segmento avança em decorrência do crescimento da
renda e do consumo.
Já a construção e a indústria, avalia a consultoria, vivem fase de arrefecimento,
após o boom pós-crise.
Segundo Azeredo Pereira,
"o mercado de trabalho deixou a crise para trás" e passou a gerar, em sua maioria,
novos postos de trabalho de
maior qualidade.
Um indicativo dessa tendência, diz, é a expansão de
8,4% no contingente de empregados com carteira assinada em outubro ante o mesmo mês de 2009. Tal variação
supera o crescimento médio
da ocupação, de 3,9%, o que
indica formalização.
(PEDRO SOARES)
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