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Marfrig quer Seara como marca global
Depois de adquirir 40 empresas, grupo afirma que encerrou as compras e prioriza eficiência e novos mercados
Com a aquisição da americana Keystone, por US$ 1,26 bi, Marfrig põe os pés no crescente mercado asiático
Ricardo Nogueira - 25.jun.10/Folhapress
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Lúcio, capitão do Brasil, conduz a bola no jogo contra Portugal, na África do Sul; ao fundo, placas mostram a marca Seara
MAURO ZAFALON
TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO
O Marfrig não vai mais às
compras. Após a aquisição
de 40 empresas, Marcos Antonio Molina dos Santos, presidente do grupo, diz que
agora é hora de buscar mais
clientes, principalmente com
a oferta de produtos de maior
valor agregado.
A busca do crescimento se
dará com a integração entre
as empresas do grupo, que,
geograficamente, ocupam
cinco continentes.
"Nós já temos tudo. Os melhores clientes, os melhores
fornecedores e os melhores
parceiros. Qual o nosso desafio agora? Ficarmos mais eficientes", diz Molina.
A informação foi dada à
Folha no escritório da empresa, em São Paulo, após o
jogo entre Brasil e Portugal,
quando a transmissão da Fifa expôs para o mundo a Seara, marca que o grupo quer
transformar em carro-chefe
mundial de seus produtos.
Sorrindo, o corintiano Molina, que é um dos patrocinadores da seleção brasileira,
da Fifa e do Santos, se diz
surpreso com os resultados
já obtidos com a campanha.
"Não investimos tanto e
estamos tendo ótimos resultados." Ele não revela o valor, mas diz que os US$ 100
milhões estimados pelo mercado são exagerados.
A partir de agora, os consumidores brasileiros verão
com mais frequência a marca Seara nos locais de compra, o que ocorrerá também
fora do Brasil. As indústrias
do grupo no exterior também
passarão a comercializar a
marca, inclusive nos EUA.
CARTADA
Uma das grandes cartadas
do grupo foi a compra da norte-americana Keystone, há
poucas semanas.
Ao pagar US$ 1,26 bilhão
pela empresa, o Marfrig eleva
as receitas para R$ 27 bilhões
por ano, reafirma a vocação
para o setor de "food service"
e coloca os pés no crescente
mercado asiático, com indústria até na China.
O Marfrig, que já era fornecedor de hambúrguer para a
rede McDonald's, terá agora
28% de suas receitas vindas
dessa cadeia de fast food
após a compra da Keystone.
Para pagar a Keystone, o
Marfrig deverá ter, mais uma
vez, apoio do BNDES, que já
tem 14% da empresa.
Mesmo após tanta expansão, é difícil acreditar que o
Marfrig tenha encerrado as
compras. Logo após a aquisição da Seara, Molina também disse que o momento
era apenas de concretizar o
grupo, e não de novas compras. Acabou surpreendendo
ao adquirir a Keystone.
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