São Paulo, domingo, 27 de junho de 2010

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Para analistas, retorno financeiro demora

DE SÃO PAULO

O rápido e forte crescimento do Marfrig Alimentos surpreende, mas agrada.
O perfil de negócios adotado pela companhia -apoiado na diversificação geográfica, nos tipos de produtos comercializados e com presença em todos os elos da cadeia- é aprovado por especialistas no setor, analistas de mercado e investidores.
"O crescimento é fabuloso. A cada aquisição, ela torna-se uma empresa de alimentos mais completa, o que é positivo. Os riscos da operação diminuem", afirmou o diretor técnico da AgraFNP, José Vicente Ferraz.
Mas essa expansão quase meteórica também levanta dúvidas em relação à eficiência da administração para aproveitar os benefícios que a incorporação de novas empresas pode proporcionar, as chamadas "sinergias".

REFLEXO NO BALANÇO
Segundo Ronaldo Valiño, sócio da PricewaterhouseCoopers, uma empresa demora, em média, cem dias para colher os frutos mais imediatos de uma incorporação -desde que ela tenha sido planejada antes de fechado o acordo.
Quanto maiores as empresas envolvidas na operação, mais demorado é o retorno. Assim, o mercado ainda aguarda os reflexos da compra da Seara no balanço financeiro do Marfrig.
Por essa razão, quando anunciou a compra da Keystone, há quase duas semanas, a reação do mercado financeiro não foi positiva.
As ações fecharam em queda superior a 3% no dia, refletindo um susto dos investidores com a aquisição de uma empresa com o mesmo porte da compradora.
"A operação foi inesperada. Mas, após alguns dias, o mercado entendeu que os riscos que envolviam a compra eram muito baixos e que ela poderia abrir portas em mercados ainda não explorados pela empresa, como a China", diz Juliana Rozenbaum, analista da Itaú Securities.


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