|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
União usará novas áreas na capitalização
Governo deverá incluir na operação da Petrobras área vizinha ao reservatório de Libra para completar 5 bi de barris
Preço do barril ainda não é consenso entre estatal e governo, que aposta em US$ 8; valor pode sair na segunda
Sergio Lima/Folhapress
|
|
O presidente Lula conversa com Erenice Guerra, ministra-chefe da Casa Civil, durante cerimônia da assinatura do contrato de concessão de Belo Monte
VALDO CRUZ
SOFIA FERNANDES
DE BRASÍLIA
Além dos reservatórios de
Franco e de áreas próximas
ao campo de Tupi na camada
do pré-sal, a União deve usar
pelo menos mais uma terceira área de acumulação de petróleo na capitalização da Petrobras.
Segundo a Folha apurou,
o governo deve incluir na
operação uma área vizinha
ao reservatório de Libra para
completar os 5 bilhões de
barris que serão usados para
o aumento de capital da
União na estatal.
Em relação ao preço do
barril, a ministra Erenice
Guerra (Casa Civil) disse ontem que ele não sairá nesta
semana, podendo ser definido na próxima segunda-feira. "Se estiver maduro, sai na
segunda", disse, acrescentando que, se não houver
consenso, levará o "tempo
que for necessário".
Por enquanto, o governo
trabalha para fixar o preço do
barril em algo acima de US$
8. A Petrobras defende valor
menor, não superior a US$ 7.
O risco é o governo não
chegar a uma posição de consenso, o que pode adiar a capitalização da estatal, prevista para o dia 30 de setembro.
A área política, por sinal,
defende o adiamento, mas a
técnica trabalha para manter
o cronograma.
A decisão será do presidente Lula, que aguarda o final das negociações entre os
técnicos em torno dos laudos
da Petrobras e da ANP, contratados para avaliar o preço
e o volume do petróleo que
entrará na capitalização. Os
dois chegaram a resultados
divergentes.
No caso do volume das reservas, a decisão de incluir
uma terceira área ocorreu
após governo e Petrobras cederem em suas avaliações sobre o petróleo existente nas
reservas que serão usadas na
capitalização, localizadas na
bacia de Santos.
LAUDOS DIVERGEM
Enquanto o laudo da Petrobras estimou em 2,5 bilhões de barris o potencial do
reservatório de Franco, a
ANP (Agência Nacional de
Petróleo) calculou que as reservas podem superar 4,5 bilhões de barris.
Segundo a Folha apurou,
depois das negociações, o
acordo pode apontar que o
potencial desse futuro campo ficará acima de 3,5 bilhões
de barris. Para atingir os 5 bilhões de barris que o governo
usará na capitalização, serão
incluídas as áreas vizinhas
de Tupi e de Libra.
Nos próximos dias, técnicos do governo vão analisar
os laudos das certificadoras
contratadas pela ANP e pela
Petrobras. Nas reuniões realizadas anteontem, houve
apenas uma apresentação
oral dos dois laudos.
Sobre o preço, se ele for fixado em US$ 8, o governo terá cerca de US$ 40 bilhões
para usar na operação. Com
isso, terá recursos suficientes
para bancar sua parte no negócio -detém 32% do capital- e ainda comprar novas
ações de minoritários que desistam de participar.
O valor de US$ 8 é um meio
termo entre as avaliações da
ANP (US$ 10 e US$ 12) e da
Petrobras (US$ 5 e US$ 6).
Texto Anterior: Saldo negativo: Previdência tem deficit de R$ 2,5 bilhões Próximo Texto: Energia 1: Eólica já compete com biomassa e domina leilão de alternativa Índice
|