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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Cooperativas de varejo se unem para ganhar escala
Cooperativas de consumo,
que atuam em sistema de supermercados, assinaram
acordo para constituir uma
central de negócios.
Com a união, a ideia é ganhar musculatura para ter
poder de barganha com fornecedores e negociar preços
mais baratos, assim como as
grandes cadeias de supermercados conseguem fazer.
A central também quer ganhar escala para alcançar o
mercado externo, que as cooperativas de pequeno porte
não são capazes de acessar,
segundo Marcio do Valle, vice-presidente da maior cooperativa de consumo, a Coop
-que ocupa o 12ª lugar no
ranking de supermercados
da Abras (Associação Brasileira dos Supermercados).
"Também teremos que
oferecer contrapartidas, talvez de logística, aos fornecedores. Mas só de ter escala
maior já encontraremos melhores oportunidades de negócios", afirma Valle.
A central, que deve começar a operar no início de 2011,
já abrange cooperativas de
São Paulo, Minas Gerais e
Santa Catarina, que registraram juntas R$ 2 bilhões de faturamento anual em 2009.
Outra meta é a integração
de projetos de marketing e
tecnologia, segundo Edivaldo Del Grande, presidente da
Ocesp (Organização das cooperativas de São Paulo).
"A primeira ideia é reduzir
o custo operacional das cooperativas. Mas também podem ser desenvolvidos projetos de tecnologia, marketing,
padronização de identidade
visual e marca", diz Grande.
SOCIEDADES
NOS MERCADOS
128 são as cooperativas
de consumo no Brasil
R$ 2,4 bilhões
foi o faturamento de 2009
2,3 milhões é
número de associados às
cooperativas de consumo
Fonte: OCB (Organização das
Cooperativas Brasileiras)
SOM NA CAIXA
Com US$ 100 milhões investidos no Brasil desde junho, a multinacional do setor de áudio Harman faz
neste mês no país seu maior
lançamento no mundo.
Serão mais de cem produtos profissionais e automotivos. Entre eles, a primeira linha de alto-falantes
da marca americana JBL
que começam a ser fabricados no Brasil.
O grupo quer transformar
as fábricas da empresa no
Brasil em centro tecnológico para desenvolver produtos em conjunto com a Harman americana e exportar.
A grande proporção de
lançamentos que ocorre
agora se deve à compra, há
alguns meses, da brasileira
Selenium, por US$ 75 milhões, segundo Rodrigo
Kniest, presidente da Harman do Brasil.
"Como o portfólio deles
tem mais de 4.000 produtos, selecionamos alguns
agora e traremos outros em
breve", afirma.
TECNOLOGIA NO CELULAR
O mercado de telefonia
móvel está aquecido. A receita líquida do setor deve crescer 7% no final do ano, para
R$ 54 bilhões, segundo projeções da consultoria Lafis.
O aumento das vendas de
produtos de tecnologia avançada e de serviços de maior
valor agregado, além da elevação da renda do consumidor, deve alavancar a receita
das empresas.
"Para 2011 e 2012, a banda
larga 3G continuará a ser o
serviço mais promissor para
as operadoras e a grande
aposta para continuar crescendo, sobretudo, apoiadas
nas vendas de smartphones", afirma Bruno Sávio Nogueira, analista da Lafis.
A cada 100 habitantes, 98
têm um número de celular no
país, segundo dados da Anatel, de agosto.
Foram habilitadas 2,4 milhões de linhas no mês passado, totalizando 189,4 milhões de celulares.
Risco... Mais de 90% dos
pedidos de patentes feitos por
brasileiros no Inpi podem ter
tecnologia copiada no exterior. A patente tem validade
nacional e depositantes esquecem de solicitar a proteção
no exterior.
...de cópia O Inpi e o Escritório dos EUA de Marcas e
Patentes farão apresentações
para mostrar a brasileiros como solicitar patentes e marcas. O evento ocorrerá em Brasília, Belo Horizonte e SP, de 6
a 8 de outubro.
Blitz... A Infraero contratará empresa para coletar dados de vendas e serviços nas
lojas dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos (SP). O objetivo é levantar o faturamento
dos concessionários. Propostas serão recebidas até quarta.
...no faturamento O levantamento subsidiará as negociações dos contratos e
identificará os motivos das
vendas perdidas, segundo o
edital. A fiscalização ocorrerá
em uma loja de cada aeroporto
por mês, durante três meses.
DOS DOIS LADOS
Além das grandes negociações, o país tem visto um
grande volume de transações de empresas médias, foco da firma de investimento
Hunter Wise Financial
Group LLC, com sede na California. O diretor-executivo
Anthony Hussain, veio ao
Brasil ver de perto o "middle
market" local (com faturamento entre US$ 50 milhões
e US$ 500 milhões).
Hussain observou o interesse não apenas das companhias americanas no Brasil,
como das brasileiras em se
internacionalizarem.
O executivo participou de
um seminário do escritório
Azevedo Sette, que abordou
diversas formas de acesso a
capital nos EUA, como fundos específicos para aquisição de empresas, emissão
de dívida e mecanismos financeiros sofisticados.
"Tenho dito [a americanos] que não verão oportunidades como as do país novamente em suas vidas",
afirma. "Mas há muito o que
aprender dos dois lados, lá e
aqui, em relação à estrutura
de governança corporativa.
Quando avaliarem uma empresa no Brasil, isso deve ser
levado em conta."
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES
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