São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Alta do café no campo chega ao bolso dos consumidores, mostra a FIPE

O café em grão acumula alta de 86% desde janeiro de 2010; o em pó, comercializado no varejo, subiu 10% até agosto. Após altas constantes, o café em grão perde força no mercado interno, mas o em pó ainda deve subir entre 15% e 20%.
"Esse reajuste do café em pó é necessário para que as indústrias cubram os custos acumulados nos últimos anos", afirma Américo Sato, presidente da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café).
Os reflexos dessa defasagem são a falta de caixa em muitas empresas e a consequente concentração no setor.
"Algumas empresas, devido ao PIS/Cofins e à escala de produção, têm tido alguma vantagem sobre as demais, mas a situação, no geral, é de calamidade", diz ele.
O aumento de preço não deve frustrar a expectativa de um consumo interno de 19 milhões de sacas neste ano porque o café ainda está "bastante barato", segundo o presidente da Abic.
A tendência hoje é a busca por qualidade no produto. Abic e Apas (Associação Paulista de Supermercados) querem oferecer uma escala de qualidade com preços diferenciados.
Houve crescimento de renda e os consumidores podem pagar mais, mas exigem um produto de melhor qualidade, diz Sato.
Os consumidores, acostumados com os preços do café praticamente estáveis nos últimos anos, vão ter gastos maiores a partir de agora. Os dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) já indicam alta de 3,5% nas últimas quatro semanas. O aumento deste mês deve ficar próximo de 4%.

Sem crise A crise nos países desenvolvidos não abala a mineração. "A oferta está apertada e a demanda em alta, com crise ou não", diz Paulo Camillo Penna, do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração).

Compensação 1 A retração nos EUA e na Europa, à exceção da Alemanha, que continua forte, é compensada pela demanda da China, onde o processo de urbanização garante mercado para as commodities.

Compensação 2 O Japão, que vai investir US$ 300 bilhões nos próximos anos para reparar os efeitos do terremoto, também ajuda a diminuir os efeitos da crise global.

Efeito O diretor-executivo da Vale no Canadá, Tito Martins, diz que "o mercado continua bastante forte", especialmente na China, principal cliente da mineradora.

Preço Qualquer acerto de preço nas commodities vendidas pela Vale, segundo Martins, é momentâneo.

Área e produtividade do milho sobem em 2011/12

A área com milho cresce 9% na safra 2011/12, subindo para 13,5 milhões de hectares.
A avaliação é de Paulo Molinari, analista da consultoria Safras & Mercado.
A área da safra de verão deverá crescer 6,4%, atingindo 5,2 milhões de hectares. Já a safrinha poderá chegar a 6 milhões de hectares no centro-sul e a 2,5 milhões de hectares em Mato Grosso.
Com o aumento da safra, a produção total de milho deverá atingir 64 milhões de toneladas no país, superando os 54 milhões deste ano.
A produtividade média tende a crescer, ficando em 4.748 quilos por hectare na safra que começa a ser plantada. O rendimento anterior foi de 4.372 quilos.

Com KARLA DOMINGUES e TATIANA FREITAS



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