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Economia britânica cresce mais que o esperado pelo mercado
Nota de crédito dada ao país, a mais alta possível, saiu da perspectiva negativa
VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES
A economia do Reino Unido surpreendeu os analistas
mais uma vez, e cresceu no
terceiro trimestre o dobro do
esperado. Havia acontecido
o mesmo com os números do
segundo trimestre. Desta
vez, o PIB (total de riquezas
de um país) cresceu 0,8% ante o trimestre anterior.
Na semana passada, a coalizão formada pelos partidos
Conservador e Liberal Democrata anunciou o maior corte
de gastos no país desde o fim
da Segunda Guerra. A intenção é cortar 25% dos gastos
públicos em quatro anos.
Os críticos atacaram. Disseram que a economia estava
ainda muito fraca e que o
país seria jogado de volta à
recessão. Os números de ontem não endossam essa tese.
É claro que, como apontam os analistas, os efeitos
dos cortes ainda estão por
vir, o aumento do tributo sobre o consumo só começa em
2011 e o medo do desemprego
pode fazer o britânico poupar
em vez de gastar, invertendo
o ritmo de crescimento.
Foi o quarto trimestre seguido de avanço no PIB, após
o país sair da recessão provocada pela crise financeira de
2008. O destaque outra vez
foi o setor de construção, que
avançou 4% no trimestre
(após o recorde de 9,5% no
segundo trimestre).
NOTA DE CRÉDITO
O país teve ontem outra
boa notícia na área econômica. A agência de classificação
de riscos Standard & Poor's
manteve os créditos britânicos com a nota AAA, a mais
alta, e mudou a perspectiva
de negativa para estável.
Esses notas servem para os
investidores calcularem o risco de calote. Quanto melhor,
menor a taxa de juros a pagar
por empréstimos.
Segundo a S&P, o anúncio
de cortes feito na semana
passada reduz as incertezas
sobre a decisão do governo
de "enfrentar os desafios resultantes da deterioração das
finanças públicas ocorridas
entre 2007 e 2009". Era tudo
o que o governo queria ouvir.
Era tudo o que a oposição,
que estava no poder no período, não queria escutar.
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