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Sudeste contribui com 64% da receita tributária no país
Região mantém liderança; arrecadação neste ano alcançou R$ 1 tri ontem
São Paulo e Rio, apenas, recolhem mais tributos do que todos os demais Estados; União fica com 68% do bolo tributário
MARCOS CÉZARI
DE SÃO PAULO
Os Estados da região Sudeste -São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito
Santo- respondem por quase dois terços de toda a arrecadação tributária nacional.
Em valores, significa que,
de cada R$ 100 arrecadados
no país, R$ 63,52 saem dos
bolsos dos contribuintes daqueles quatro Estados.
O dado foi divulgado ontem pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), quando a carga tributária no país alcançou R$ 1
trilhão no ano, incluídos os
três níveis de governo (federal, estadual e municipal).
Pela previsão do IBPT, até
o final deste ano os contribuintes brasileiros ainda recolherão mais R$ 270 bilhões
em tributos, totalizando o recorde de R$ 1,27 trilhão.
Segundo o presidente do
IBPT, João Eloi Olenike, a arrecadação está crescendo
14% ao ano (em termos nominais). Excluída a inflação,
a evolução fica próxima de
10% (em termos reais), bem
acima dos 7% previstos para
o aumento do PIB em 2010.
Os dados do IBPT indicam
também que apenas dois Estados -São Paulo e Rio- recolhem mais tributos do que
todos os demais, juntos. Em
valores, de cada R$ 100 arrecadados no país, R$ 53,83
são pagos pelos contribuintes paulistas e fluminenses.
A maior parte do bolo tributário continua nas mãos
da União -de cada R$ 100 arrecadados, mais de R$ 68 vão
para os cofres federais.
Do R$ 1 trilhão recolhido
neste ano até ontem, a União
ficou com exatos 68,38%, ou
R$ 683,80 bilhões.
Os Estados ficaram com
27%, e os municípios, com os
demais 4,62%.
Confrontados os números,
nota-se que a União vem perdendo participação na divisão do bolo tributário.
Em 2007, a União ficava
com 70,46%, índice que caiu
para 70% em 2008 e para
69,34% no ano passado.
Essa queda na arrecadação foi motivada por dois fatores: a desaceleração econômica iniciada em setembro
de 2008 e a desoneração fiscal concedida pelo governo
Lula já a partir do final daquele ano e que prosseguiu
durante parte de 2009.
A redução do IPI sobre veículos, eletrodomésticos da linha branca e material de
construção fez com que a receita federal ficasse menor.
Os Estados e municípios
não participaram desse esforço e, portanto, acabaram
ficando com fatias um pouco
maiores do bolo tributário.
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