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Fundos têm US$ 40 bi
para comprar empresas
Volume para "private equity" disponível no país é 17% maior que o de 2009
Brasil registra chegada
e expansão de nomes
importantes desse
mercado, como Carlyle, BlackStone e Advent
CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO
Chega a US$ 40 bilhões o
volume de dinheiro que alguns fundos têm disponível
para comprar participação
em empresas no Brasil.
Esse montante, que equivale a R$ 69,8 bilhões, é 17%
maior que o do ano passado.
Boa parte desse dinheiro
se enquadra no que é conhecido no jargão de mercado
como "private equity": investimento em empresas de capital fechado.
O volume de recursos cresce com a chegada e expansão
de fundos desse tipo no mercado brasileiro, como Carlyle, BlackStone e Advent.
O dinheiro desses grupos
também acaba sendo direcionado para outras modalidades de investimento.
Uma delas é a compra de
debêntures. Outra é a aquisição de capital acionário de
companhias que já estão listadas em Bolsa, mas que possuem baixa liquidez.
De acordo com a Empea
(Associação de Private
Equity para Mercados Emergentes), até setembro o Brasil
conseguiu atrair US$ 958 milhões em novos recursos para investimentos na compra
de participação de empresas.
O volume é mais do que o
dobro do registrado durante
todo o ano de 2009.
Considerando os investimentos já feitos como "private equity" ao longo dos nove
primeiros meses de 2010, o
total chegou a US$ 3,7 bilhões, quase quatro vezes o
valor do ano passado e 22,5%
mais do que 2008.
"Setores ligados ao consumo, educação, saúde e varejo, beneficiados pelo aumento da renda da classe média,
são o foco dos fundos nesse
momento", diz Luiz Eugenio
Figueiredo, vice-presidente
da ABVCap (Associação Brasileira de Private Equity &
Venture Capital).
EMERGENTES
O volume de capital comprometido para investimento
no Brasil reflete também o interesse crescente em países
emergentes.
Ainda de acordo com a
Empea, desde 2004 os investimentos nessas nações triplicaram a US$ 22,1 bilhões.
Fundos especializados
nesses países engordam o
saldo. Um deles é o britânico
Actis, que desembarcou no
Brasil em dezembro de 2008
e nos últimos 90 dias investiu
em três empresas.
Em setembro, a empresa
comprou participação minoritária na rede de supermercados paranaense Companhia Sulamericana de Distribuição (CSD).
No início deste mês, foi a
vez da Gtex, de produtos de
limpeza, que nesta semana
fechou a compra de participação minoritária na XP Investimentos, maior corretora
independente do Brasil. Os
investimentos totais chegam
a R$ 290 milhões.
"É inegável o potencial de
crescimento da indústria de
"private equity" no Brasil",
diz Chu Kong, sócio da Actis
América Latina, presidente
do Actis na região.
Com US$ 450 milhões disponíveis para investimentos
na América Latina, a empresa pretende adquirir entre
seis e oito empresas nos próximos meses.
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