São Paulo, sábado, 27 de novembro de 2010

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Fundos têm US$ 40 bi para comprar empresas

Volume para "private equity" disponível no país é 17% maior que o de 2009

Brasil registra chegada e expansão de nomes importantes desse mercado, como Carlyle, BlackStone e Advent

CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO

Chega a US$ 40 bilhões o volume de dinheiro que alguns fundos têm disponível para comprar participação em empresas no Brasil.
Esse montante, que equivale a R$ 69,8 bilhões, é 17% maior que o do ano passado.
Boa parte desse dinheiro se enquadra no que é conhecido no jargão de mercado como "private equity": investimento em empresas de capital fechado.
O volume de recursos cresce com a chegada e expansão de fundos desse tipo no mercado brasileiro, como Carlyle, BlackStone e Advent.
O dinheiro desses grupos também acaba sendo direcionado para outras modalidades de investimento.
Uma delas é a compra de debêntures. Outra é a aquisição de capital acionário de companhias que já estão listadas em Bolsa, mas que possuem baixa liquidez.
De acordo com a Empea (Associação de Private Equity para Mercados Emergentes), até setembro o Brasil conseguiu atrair US$ 958 milhões em novos recursos para investimentos na compra de participação de empresas.
O volume é mais do que o dobro do registrado durante todo o ano de 2009.
Considerando os investimentos já feitos como "private equity" ao longo dos nove primeiros meses de 2010, o total chegou a US$ 3,7 bilhões, quase quatro vezes o valor do ano passado e 22,5% mais do que 2008.
"Setores ligados ao consumo, educação, saúde e varejo, beneficiados pelo aumento da renda da classe média, são o foco dos fundos nesse momento", diz Luiz Eugenio Figueiredo, vice-presidente da ABVCap (Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital).

EMERGENTES
O volume de capital comprometido para investimento no Brasil reflete também o interesse crescente em países emergentes.
Ainda de acordo com a Empea, desde 2004 os investimentos nessas nações triplicaram a US$ 22,1 bilhões.
Fundos especializados nesses países engordam o saldo. Um deles é o britânico Actis, que desembarcou no Brasil em dezembro de 2008 e nos últimos 90 dias investiu em três empresas.
Em setembro, a empresa comprou participação minoritária na rede de supermercados paranaense Companhia Sulamericana de Distribuição (CSD).
No início deste mês, foi a vez da Gtex, de produtos de limpeza, que nesta semana fechou a compra de participação minoritária na XP Investimentos, maior corretora independente do Brasil. Os investimentos totais chegam a R$ 290 milhões.
"É inegável o potencial de crescimento da indústria de "private equity" no Brasil", diz Chu Kong, sócio da Actis América Latina, presidente do Actis na região.
Com US$ 450 milhões disponíveis para investimentos na América Latina, a empresa pretende adquirir entre seis e oito empresas nos próximos meses.


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