São Paulo, sábado, 27 de novembro de 2010

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TV a cabo tem perda recorde nos Estados Unidos

Economia enfraquecida e concorrência da internet explicam desistência dos consumidores americanos

Cerca de 1,5 milhão de clientes cancelaram suas assinaturas de TV paga entre abril e setembro nos EUA

DE SÃO PAULO

A TV a cabo nos Estados Unidos nunca perdeu tantos clientes como nos últimos meses, resultado da economia enfraquecida (com alto nível de desemprego) e da concorrência da internet.
No terceiro trimestre deste ano, 741 mil consumidores (em um universo que hoje gira em torno de 60 milhões) cancelaram o serviço de TV a cabo nos EUA, recorde desde pelo menos 1980, quando a consultoria SNL Kagan iniciou o levantamento.
Para piorar o cenário do setor, o recorde anterior era dos três meses anteriores, quando 711 mil clientes deixaram o assinar o serviço.
As perdas recordes fizeram a SNL Kagan mudar a sua visão sobre os motivos dos cancelamentos. Na pesquisa sobre os resultados do segundo trimestre, a consultoria praticamente descartava impacto da internet. Isso agora mudou.
"Está se tornando cada vez mais difícil reduzir o impacto da substituição "over the top" [referência a conteúdo produzido por outros meios, principalmente a internet] no desempenho da assinaturas, especialmente depois que tivemos quedas em um período do ano que costuma produzir os maiores ganhos de assinantes", escreveu o analista Ian Olgeirson.
Parte da concorrência para a TV a cabo vem de sites como Hulu (criado por grandes redes de TV, como NBC e Fox), que oferece gratuitamente o conteúdo produzido pelas emissoras, inclusive as de canais por assinatura.
Outro foco de disputa são os aplicativos de sites como Netflix e Amazon.com que possibilitam a compra de conteúdo na internet para ver na televisão.
O Google TV, lançado recentemente nos EUA, também pode ser mais um rival para tirar assinantes.

ECONOMIA FRACA
Porém, o analista reitera que os fatores que mais influenciam são a economia fraca e o alto desemprego.
A economia americana esteve em recessão entre dezembro de 2007 e junho do ano passado, mas o fim do ciclo negativo não significa que o cenário melhorou significativamente.
O PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA vem crescendo desde o terceiro trimestre do ano passado, porém o avanço não é forte o suficiente para diminuir sensivelmente o desemprego.
A taxa de desemprego ficou em 9,6% no mês passado, mais que o dobro do patamar de antes de a recessão ter começado -ainda no governo George W. Bush. No auge, o desemprego chegou a 10,1% em outubro do ano passado, índice que não era visto desde 1983.
De janeiro de 2008 para cá, 7,5 milhões de postos de trabalho foram eliminados na maior economia mundial.


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