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TV a cabo tem perda recorde nos Estados Unidos
Economia enfraquecida e concorrência da internet explicam desistência dos consumidores americanos
Cerca de 1,5 milhão
de clientes cancelaram suas assinaturas de
TV paga entre abril e setembro nos EUA
DE SÃO PAULO
A TV a cabo nos Estados
Unidos nunca perdeu tantos
clientes como nos últimos
meses, resultado da economia enfraquecida (com alto
nível de desemprego) e da
concorrência da internet.
No terceiro trimestre deste
ano, 741 mil consumidores
(em um universo que hoje gira em torno de 60 milhões)
cancelaram o serviço de TV a
cabo nos EUA, recorde desde
pelo menos 1980, quando a
consultoria SNL Kagan iniciou o levantamento.
Para piorar o cenário do
setor, o recorde anterior era
dos três meses anteriores,
quando 711 mil clientes deixaram o assinar o serviço.
As perdas recordes fizeram a SNL Kagan mudar a
sua visão sobre os motivos
dos cancelamentos. Na pesquisa sobre os resultados do
segundo trimestre, a consultoria praticamente descartava impacto da internet. Isso
agora mudou.
"Está se tornando cada vez
mais difícil reduzir o impacto
da substituição "over the top"
[referência a conteúdo produzido por outros meios,
principalmente a internet] no
desempenho da assinaturas,
especialmente depois que tivemos quedas em um período do ano que costuma produzir os maiores ganhos de
assinantes", escreveu o analista Ian Olgeirson.
Parte da concorrência para
a TV a cabo vem de sites como Hulu (criado por grandes
redes de TV, como NBC e
Fox), que oferece gratuitamente o conteúdo produzido
pelas emissoras, inclusive as
de canais por assinatura.
Outro foco de disputa são
os aplicativos de sites como
Netflix e Amazon.com que
possibilitam a compra de
conteúdo na internet para
ver na televisão.
O Google TV, lançado recentemente nos EUA, também pode ser mais um rival
para tirar assinantes.
ECONOMIA FRACA
Porém, o analista reitera
que os fatores que mais influenciam são a economia
fraca e o alto desemprego.
A economia americana esteve em recessão entre dezembro de 2007 e junho do
ano passado, mas o fim do ciclo negativo não significa
que o cenário melhorou significativamente.
O PIB (Produto Interno
Bruto) dos EUA vem crescendo desde o terceiro trimestre
do ano passado, porém o
avanço não é forte o suficiente para diminuir sensivelmente o desemprego.
A taxa de desemprego ficou em 9,6% no mês passado, mais que o dobro do patamar de antes de a recessão
ter começado -ainda no governo George W. Bush. No
auge, o desemprego chegou
a 10,1% em outubro do ano
passado, índice que não era
visto desde 1983.
De janeiro de 2008 para
cá, 7,5 milhões de postos de
trabalho foram eliminados
na maior economia mundial.
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