São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

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Inflação está mordendo a China, afirma George Soros

MARIA CRISTINA FRIAS
ENVIADA ESPECIAL A DAVOS

O presidente de um dos principais bancos chineses, o ICBC, o megainvestidor George Soros e Christine Lagarde, ministra francesa, protagonizaram um debate apimentado ontem no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça).
O tema era "Redesenhando o sistema monetário internacional", mas as primeiras participações dos painelistas enveredaram na preocupação com os preços crescentes das commodities e o reflexo disso sobre a inflação.
"A inflação está mordendo a China", declarou o sempre bom frasista Soros, presidente do americano Soros Fund Management.
De Lagarde, ministra da Economia, Finanças e Indústria da França, veio outra boa frase.

VÍTIMAS DO SUCESSO
Sugeriu que os emergentes, que se saíram bem na crise, não sejam "vítimas de seu próprio sucesso", no sentido de não serem complacentes, mas de avançarem nas reformas necessárias.
Soros comentou sua preocupação com os desequilíbrios, com credores, de um lado, e devedores, de outro. Em outras palavras, China, que acumula títulos americanos, e Estados Unidos. Para ele, ambos devem cuidar desses desequilíbrios, que não estão recebendo a devida atenção.
O sucesso da China se deve, disse ele, ao controle da moeda.
Jiang Jianqinq, presidente do conselho do ICBC (Industrial e Commercial Banco da China), não deixou a afirmação de Soros passar em branco.
"O sucesso da China, respondeu, deve-se não ao controle monetário, mas ao esforço do povo chinês. Diferentemente de outros povos, que trabalham apenas cinco horas por dia, nós trabalhamos o dobro."
O recado era para a francesa, que ficou calada. Sinal dos tempos com novos poderosos em cena.


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