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Teles europeias querem taxar Google, diz "Financial Times"
Empresas dizem que tráfego do YouTube ameaça estabilidade da rede
DE SÃO PAULO
Lideradas por Telefónica,
France Telecom e Vodafone,
empresas de telefonia europeias querem cobrar taxas do
Google, dono do YouTube, e
de sites que geram muito tráfego com vídeos on-line.
Segundo o jornal "Financial Times", as teles reclamam de uma explosão de demanda por dados gerada pelos vídeos. As empresas dizem que o aumento do tráfego ameaça a estabilidade da
rede e propõem mudar acordos que regem a web.
A ideia é polêmica porque
acabaria com a neutralidade
da rede, a maneira como os
provedores de conteúdo são
tratados. O novo sistema
criaria uma internet com velocidade mais alta só para
quem pagasse pelos dados.
Para o diretor de estratégia
da France Telecom, Elie Girard, o acordo atual "não é
mais viável".
Cesar Alierta, presidente
da Telefónica, afirmou que
"os provedores de conteúdo
vão ter que pagar pelo tráfego". Mas não é certo que as
empresas consigam essa mudança. Se todas as redes começarem a cobrar, elas podem ser acusadas de conluio.
O Google, o maior responsável pelo tráfego pesado de
vídeos, não quis comentar o
assunto. Mas, em 2010, o então presidente da empresa,
Eric Schmidt, afirmou que as
operadoras de rede deveriam
cobrar apenas dos clientes
que consumissem os vídeos,
e não das operadoras.
Executivos das teles europeias alegam, porém, que a
Apple e o Facebook também
estão gerando muito conteúdo em vídeo.
As empresas de telefonia
da Europa estão sendo pressionadas a investir em melhorias na banda larga.
A comissária da União Europeia para metas digitais,
Neelie Kroes, disse estar
preocupada com os investimentos em banda larga feitos
pelas teles, considerados
baixos e inadequados.
As teles torcem para que
Kroes recomende a cobrança
num relatório que ela deve
entregar em julho.
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