São Paulo, sexta-feira, 28 de maio de 2010

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SP e Rio disputam área de pesquisa da GE

Centro que demandará US$ 150 milhões em investimento será o 4º da multinacional fora dos Estados Unidos

Unidade brasileira terá 300 engenheiros, atrás da Índia, que tem 450, e na frente de China (250) e Alemanha (100)

Divulgação
Centro de pesquisa da GE em Niskayuna, Nova York; a companhia possui outros 3 (na Índia, na Alemanha e na China)

MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

Os Estados de São Paulo e Rio estão no páreo para abrigar o centro de P&D (pesquisa e desenvolvimento) da General Electric -investimento de US$ 150 milhões e que resultará na geração de 300 empregos de engenharia.
O centro brasileiro será o segundo maior da GE em número de engenheiros. Fora dos EUA, a companhia possui centros na Índia (450 engenheiros), na China (250) e na Alemanha (100).
A GE iniciou entrevistas com engenheiros e a expectativa é que em junho seja definido o local que abrigará o prédio de 30 mil m2.
Segundo o vice-presidente e líder global dos centros de P&D da GE, Mark Little, os fatores que vão determinar a escolha são: potencial para atrair mão de obra qualificada, proximidade de clientes e incentivos governamentais.
"Nosso negócio é gerar soluções para as companhias", disse Little à Folha.
Cerca de 50% a 60% dos projetos são custeados pela GE. O restante é feito por empresas parceiras e/ou governo. Depois, a GE vende os equipamentos que resultaram da pesquisa.
Little passou a semana no Brasil visitando universidades. Esteve com os presidentes da Embraer e da OGX. Hoje terá jantar com a direção da Vale. A direção da Petrobras, que deve ser um dos principais clientes por conta do pré-sal, esteve na GE em NY, na semana anterior.
As cidades do Rio e de São Paulo lideram a disputa, mas não estão descartadas Campinas e São José dos Campos.
Diferentemente da China, que obriga multinacionais a pesquisarem no país e já conta com 700 centros do gênero, o Brasil não tem política para atrair esse tipo de investimento das múltis.
"Temos a oferecer o fato de 55% do conhecimento científico do Brasil ser produzido em São Paulo", diz o secretário de Desenvolvimento do Estado, Luciano Almeida. "Mas não temos a política de oferecer benefícios para atrair centros."
Para Marcelo Haddad, diretor da Agência Rio Negócios, ligada à Prefeitura do Rio, a cidade também tem engenheiros: são mil pós-graduados por ano.
"O Rio é uma cidade criativa, jovem, vibrante, capaz de atrair talentos."
Para o diretor-geral da Protec (Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica), Roberto Nicolsky, o investimento da GE em P&D é o mais importante feito por uma multinacional no país. "As poucas que investem em P&D no Brasil são da área de tecnologia e o fazem para cumprir a Lei de Informática", diz ele.
Mais recentemente, a chamada Lei do Bem introduziu incentivos fiscais para empresas que investem em P&D. Em 2009, as empresas investiram R$ 8,1 bilhões em pesquisa e desenvolvimento.


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