São Paulo, sábado, 28 de agosto de 2010

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Agigantar BNDES não é desejável nem sustentável, diz Coutinho

RICARDO BALTHAZAR
DE SÃO PAULO

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, reconheceu ontem que há limites para a expansão do banco, mas disse que sua substituição como maior fonte de financiamento para projetos de longo prazo do país será um processo demorado.
"Agigantar o BNDES não é desejável nem sustentável", afirmou Coutinho, durante almoço com associados do Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças), em que defendeu reformas para ampliar a participação do mercado de capitais e dos bancos comerciais no financiamento de investimentos.
Os economistas do BNDES estimam que a instituição tenha sido responsável, no ano passado, pelo financiamento de 40% dos investimentos feitos pela indústria e na área de infraestrutura. Lucros retidos pelas próprias empresas teriam coberto outros 44% desses investimentos.
O Ministério da Fazenda promete apresentar em algumas semanas um pacote de incentivos tributários e mudanças nas normas do sistema financeiro para estimular o desenvolvimento de mecanismos de financiamento de longo prazo no mercado.
Sobre o tempo necessário para que essas reformas deem resultado e o BNDES reduza seu papel, Coutinho recorreu a uma frase que atribuiu ao senador Pinheiro Machado (1851-1915), um político influente na República Velha: "Vamos sair, mas nem tão rápido que pareça covardia nem tão devagar que pareça provocação".
No início da semana, o chefe do departamento econômico do Banco Central, Altamir Lopes, atribuiu à expansão do BNDES um recente aumento nas taxas de juros cobradas pelos bancos comerciais de empresas de pequeno e médio porte.
Os bancos teriam feito isso para compensar a perda de grandes clientes que tomaram empréstimos do BNDES nos últimos meses, diz o BC.


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