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Agigantar BNDES não é desejável nem sustentável, diz Coutinho
RICARDO BALTHAZAR
DE SÃO PAULO
O presidente do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, reconheceu ontem que há limites para a expansão do banco, mas disse que sua substituição como maior fonte de
financiamento para projetos
de longo prazo do país será
um processo demorado.
"Agigantar o BNDES não é
desejável nem sustentável",
afirmou Coutinho, durante
almoço com associados do
Ibef (Instituto Brasileiro de
Executivos de Finanças), em
que defendeu reformas para
ampliar a participação do
mercado de capitais e dos
bancos comerciais no financiamento de investimentos.
Os economistas do BNDES
estimam que a instituição tenha sido responsável, no ano
passado, pelo financiamento
de 40% dos investimentos
feitos pela indústria e na área
de infraestrutura. Lucros retidos pelas próprias empresas
teriam coberto outros 44%
desses investimentos.
O Ministério da Fazenda
promete apresentar em algumas semanas um pacote de
incentivos tributários e mudanças nas normas do sistema financeiro para estimular
o desenvolvimento de mecanismos de financiamento de
longo prazo no mercado.
Sobre o tempo necessário
para que essas reformas
deem resultado e o BNDES
reduza seu papel, Coutinho
recorreu a uma frase que atribuiu ao senador Pinheiro
Machado (1851-1915), um político influente na República
Velha: "Vamos sair, mas
nem tão rápido que pareça
covardia nem tão devagar
que pareça provocação".
No início da semana, o
chefe do departamento econômico do Banco Central, Altamir Lopes, atribuiu à expansão do BNDES um recente aumento nas taxas de juros cobradas pelos bancos
comerciais de empresas de
pequeno e médio porte.
Os bancos teriam feito isso
para compensar a perda de
grandes clientes que tomaram empréstimos do BNDES
nos últimos meses, diz o BC.
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