São Paulo, sábado, 28 de agosto de 2010

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Fed promete medidas se economia piorar

Presidente do banco central americano afirma que fará "o que puder" para garantir recuperação econômica

Declaração anima os mercados mesmo após governo anunciar nova projeção do PIB, abaixo do divulgado antes

CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

O banco central americano anunciou ontem que voltará a agir caso a economia do país piore ainda mais. O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, reanimou os mercados ao dizer que fará "tudo o que puder" para garantir a recuperação, incluídas aí "medidas não convencionais".
Bernanke, em simpósio em Jackson Hole, no Estado de Wyoming, afirmou acreditar que os EUA continuarão a crescer na segunda metade do ano, embora em "ritmo relativamente modesto".
O presidente do Fed não entrou em detalhes sobre quais seriam as novas condições da economia que levariam o banco a agir. Segundo ele, "o comitê não acertou um critério específico ou gatilhos para ações futuras".
Ele indicou, no entanto, que entre as medidas que o banco pode tomar estão compras adicionais de títulos e a redução da taxa de juros que o Fed paga sobre os excessos de reservas dos bancos.
E, na última sexta-feira de um mês marcado pelo pessimismo no mercado, o governo divulgou uma nova projeção do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre, alta de 1,6% (na taxa anualizada), ante o avanço de 2,4% estimado anteriormente.
Apesar da queda, o número ficou acima das expectativas de especialistas e não chegou a abalar as Bolsas. Trata-se de uma desaceleração significativa, ante um crescimento de 3,7% no primeiro trimestre e de 5% nos últimos três meses de 2009.

MERCADOS
Os investidores reagiram bem às palavras de Bernanke e retomaram as compras, aproveitando os preços depreciados das ações, após quase uma semana inteira de perda. Nos EUA, a Bolsa de Nova York subiu 1,65%, enquanto, na Europa, as ações avançaram 0,88%, em Londres, e 0,65%, em Frankfurt,.
Já a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) teve o seu dia de maior ganho (2,7%) desde o final de maio. No rol das quase 70 ações que compõem o índice, somente 4 sofreram perdas. Os papéis da Vale e da Petrobras, os mais negociados, tiveram altas de cerca de 3%.
O dólar comercial foi cotado a R$ 1,753, em um decréscimo de 0,5%.


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