São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2010

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Acionista com FGTS é diluído na Petrobras

Com várias limitações, trabalhador aplica R$ 423 mi na capitalização, mas tinha direito a R$ 1,7 bi em papéis

Operação era restrita a quem comprou ações da estatal em 2000, com teto de 30% do saldo; 25 mil aderiram a negócio

DE SÃO PAULO

Os trabalhadores brasileiros só conseguiram aplicar R$ 423,7 milhões utilizando recursos do FGTS na compra de ações da Petrobras. Entre os acionistas da estatal, os cotistas dos fundos FGTS foram, até agora, os mais diluídos que se tem notícia.
Restrita apenas aos trabalhadores que compraram ações da Petrobras em 2000 e com teto de 30% do saldo atual do FGTS, a adesão dos trabalhadores à maior capitalização por meio de ações do mundo foi baixíssima.
Os fundos FGTS tinham perto de R$ 5,2 bilhões em ações ON da Petrobras (3,5% do total), o que conferiria o direito a comprar mais de R$ 1,7 bilhão em papéis, se não fossem os limites impostos.
Segundo a Caixa, só participaram do processo 25.544 trabalhadores, que aderiram à aplicação por meio de 46 fundos geridos por 25 gestores diferentes.
A última estimativa da CVM era que 89 mil pessoas poderiam aderir à aplicação.
Como os demais acionistas, os trabalhadores tinham prioridade para comprar os novos papéis da Petrobras, na proporção de 0,34 papel novo por ação antiga.
"Foram pedidos R$ 563,3 milhões e liberados somente R$ 423,7 milhões em razão da aplicação desses limitadores", disse José Maria Leão, superintendente nacional da Caixa para assuntos de FGTS.
Os recursos aplicados na Petrobras por meio do FGTS ficarão retidos por um ano.

ESTREIA
As ações da Petrobras estrearam ontem com forte instabilidade na BM&FBovespa, como ocorreu na sexta na Bolsa de Nova York.
No fechamento, os papéis ON (ordinários, com voto) fecharam com alta de 2,02%, negociados a R$ 30,25.
Já as ações PN (preferenciais, sem voto) subiram 0,76% e atingiram R$ 26,50.
O volume negociado com os papéis da Petrobras atingiu R$ 2,156 bilhões -31% do total de negócios ontem na Bolsa brasileira.
O suíço UBS, um dos poucos grandes bancos fora da operação, recomendou aos clientes que vendessem os papéis ON e mantivessem os PN. A analista Lilyanna Yang, que assina a avaliação, diz que os papéis devem ficar em R$ 30. (TONI SCIARRETTA)


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