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Twitter será mais rentável do que e-mail, diz diretor
Com três produtos comerciais, faturamento da empresa ainda é um mistério
Mesmo sem modelo de negócios definido, o microblog já conquistou US$ 160 milhões em captação de recursos
CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO
Considerado um dos principais ativos do mundo em
internet, o Twitter pode não
ter provado ainda sua rentabilidade financeira, mas, para a diretoria, o modelo de
negócios baseado em serviços pagos deverá trazer resultados superiores aos de
outras empresas on-line.
Com três produtos comerciais até agora -tweets promocionais, tendências ou assuntos patrocinados e contas
pagas-, além de anúncios, o
faturamento do Twitter ainda é um mistério.
A troca recente de comando, com a promoção de Dick
Costolo para presidente em
substituição ao fundador
Evan Williams, colocou em
dúvida se de fato as estratégias estavam corretas.
Mas para Kevin Thau, diretor de desenvolvimento de
negócios móveis, não há problemas, e o Twitter conseguirá mostrar, em curto prazo,
receitas polpudas e superiores às de empresas de e-mail.
"Do ponto de vista financeiro, as mensagens de um
para um, como o e-mail, nunca foram um bom negócio. O
Google não ganha muito dinheiro com o Gmail, nem o
Yahoo. A tecnologia do Twitter, em que um se comunica
com muitos, tem potencial financeiro maior", disse em
entrevista à Folha
A declaração de Thau pode parecer otimismo exacerbado, mas quem observa a
carreira do cientista da computação de 37 anos vê que
descobrir como fazer dinheiro em companhias desacreditadas é sua vocação.
Em 1995, Thau ajudou a
criar os primeiros servidores
de e-mail na Software.com,
empresa que passou de virtual desconhecida para fornecedora de 60% dos sistemas mundiais de e-mail.
Anos depois, ajudou na
criação do primeiro navegador de internet para celulares, na Openwave, em 2000,
e contribuiu para a abertura
de capital da companhia.
"Naquele momento atingimos valor de mercado de
US$ 14 bilhões", afirma.
Segundo Thau, o momento do Twitter em se afirmar
como rede de informação, e
não como rede social, representa desafio semelhante ao
do início de sua carreira.
"Naquela época tentávamos mostrar o potencial da
internet móvel. No Twitter temos o mesmo exercício, mas
com o valor das mensagens
múltiplas."
A capacidade de ser um
termômetro dos temas populares na internet já conquistou os fundos. Estima-se que
o microblog já captou
US$ 160 milhões em recursos
e que está prestes a fazer nova rodada de captação -o
que elevaria seu valor de
mercado para US$ 3 bilhões.
"O Twitter faz muito mais
do que compartilhar as atividades de uma rede de amigos. É um tremendo ativo,
com uma base de dados gigante de assuntos", diz Laura DiDio, analista-sênior da
consultoria americana ITIC.
Segundo a executiva, não
será difícil ver, em breve,
aquisição do microblog por
empresas de tecnologia como Google ou Microsoft, interessadas no potencial de comunicação imediata.
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