São Paulo, sábado, 29 de maio de 2010

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Espanha é rebaixada, e Bolsas caem

Fitch é a segunda agência a reduzir classificação do país; Bovespa recua 0,23%, mas avança 2,8% na semana

Bolsa de Nova York perde 1,2%; dólar recua para R$ 1,81 e acumula desvalorização de 2,7% na semana

EPAMINONDAS NETO
DE SÃO PAULO

A Bolsa de Valores brasileira deve ocupar, com folga, a posição de pior aplicação em maio, mês marcado pela preocupação com as economias da Europa e as repercussões de uma crise na região para a economia global.
A rodada de negócios de ontem somente contribuiu para elevar o nível das perdas. As principais Bolsas até começaram o dia em tom positivo, reagindo bem aos novos números da economia americana. Os indicadores mostraram aumento da renda disponível para o consumidor nos EUA, mas estagnação em seu nível de gastos.
O humor do mercados azedou após o anúncio de que a agência Fitch rebaixou o "rating" (nota sobre o risco de crédito de um ativo) da dívida espanhola, de "AAA" (a melhor classificação possível) para "AA+".
Embora esperada por muitos -a agência Standard & Poor's já havia feito o mesmo há um mês-, a notícia não passou incólume. A Bolsa de Nova York recuou 1,19%, enquanto a Bovespa teve queda de 0,23%.
Na semana, o "termômetro" do mercado brasileiro de ações, o índice Ibovespa, avançou 2,8%. Mas no mês acumula perdas de 9%.
Antes da notícia sobre a Espanha, a Bolsa de Londres havia encerrado o pregão em queda, de 0,12%. Em Paris, as ações cederam 0,29%, e Frankfurt subiu 0,15%.
O dólar comercial recuou para R$ 1,810 (-0,87%). Na semana, a moeda caiu 2,7%.
A complicada agenda na semana que vem também não ajudou a acalmar os ânimos. Além de estatísticas importantes nos EUA, na Europa e na China, o investidor terá que gerir suas decisões de compra e venda entre dois feriados (na segunda, nos EUA, e na quinta, no Brasil).
O rebaixamento da nota espanhola renovou os temores sobre a crise europeia.
"Todos sabem que os problemas da Europa são muito graves, mas que não devem ser resolvidos no curto prazo. As autoridades já falaram o que precisava ser dito, e acho que os países já fizeram, ou anunciaram, as medidas que precisavam ser feitas", diz Luiz Gustavo Medina, economista da M2 Investimentos.
"Talvez seja a hora de o mercado "esquecer" um pouco o assunto."


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