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Países emergentes devem elevar juros, afirmam BCs
Para o organismo, cresce o risco de superaquecimento nesses mercados
Muitas políticas de controle de capital externo oferecem só "alívio temporário", de acordo com a entidade
Ajit Solanki/Associated Press
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Ato em Ahmadabad (Índia) contra preços de combustíveis
DE SÃO PAULO
As perspectivas de crescimento são mais positivas para os emergentes, mas esses
países devem elevar os juros
para impedir o superaquecimento, diz o BIS (Banco de
Compensações Internacionais, que reúne BCs globais).
Para a entidade, a política
monetária dos emergentes,
especialmente os asiáticos,
vem sendo "acomodatícia",
o que aumenta o risco de disparada da inflação e da criação de bolhas de ativos.
"Manter a taxa de juros
muito baixa por um período
muito longo aumenta o risco
de superaquecimento doméstico, inflação, expansão
excessiva do crédito e aumento exagerado do preço
de ativos", afirmou o BIS.
"Pode não haver alternativa que não o aumento da taxa de juros, uma maior flexibilidade da taxa cambial e a
redução da dependência da
intervenção no câmbio."
O trecho sobre a intervenção no câmbio parece ter sido
um recado à China, já que o
país manteve a sua moeda
atrelada ao dólar desde meados de 2008, para incentivar
a exportação, e, só há pouco
mais de uma semana, prometeu mudar essa política.
POLÍTICA MONETÁRIA
Boa parte dos países emergentes tem mantido os juros
baixos para incentivar o crescimento econômico, mesmo
com a ameaça da inflação.
São ainda raras as economias que retomaram a alta
dos juros, caso do Brasil.
Elevar os juros agora pode
tornar essas economias mais
atrativas para os investidores
estrangeiros, que podem pegar dinheiro nos países ricos
(com juros muito baixos) e
investir nos emergentes, com
taxas mais altas e boas perspectivas de crescimento.
Essa forte entrada de capital externo, afirma o BIS, representa uma série de "desafios imediatos" para os emergentes. Para o organismo,
uma das saídas é o aumento
da flexibilidade cambial.
"Ela [a flexibilidade] pode
deter o aumento da exposição do setor privado a imprudências cambiais. Também
pode ser especialmente útil
em desencorajar a entrada de
capital de longo prazo associado com "carry trade" [especulação com dinheiro captado em países de juro baixo]."
Na opinião dele, muitas
políticas de controle de capital oferecem apenas "alívio
temporário", ao mesmo tempo em que "reduzem a competição no sistema financeiro, distorcem a alocação eficaz de capital e inibem o crescimento econômico".
Em outubro do ano passado, o Brasil adotou medida
de controle de capital com a
cobrança de 2% de IOF sobre
capital estrangeiro.
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