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Meirelles não descarta elevar taxa para capital externo
Mantega, no entanto, nega iminência de alteração de taxa sobre capital externo
VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES
O presidente do Banco
Central, Henrique Meirelles,
disse ontem que o Brasil não
descarta elevar a taxação de
capital estrangeiro para conter a valorização do real.
Disse ainda que é preciso
uma ação global para impedir que alguns países desvalorizem suas moedas com o
fim de aumentar a competitividade de seus produtos e
ampliar suas exportações.
"Vivemos um problema
muito sério de câmbio no
mundo, e o Brasil não deve
pagar o preço pela desvalorização de algumas moedas",
disse, em Londres.
O ministro Guido Mantega
(Fazenda), no entanto, negou em Brasília que o governo esteja na iminência de alterar alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre capital externo na
Bolsa e em renda fixa -desde o ano passado, há taxa de
2% sobre essas aplicações.
Contudo, ele reforçou que
todas as alternativas para
evitar uma valorização excessiva do real estão sendo
estudadas. "Há várias medidas [sendo estudadas], inclusive no âmbito do Banco Central", afirmou Mantega.
Meirelles não quis endossar frase do ministro da Fazenda, que disse na segunda
que o mundo vive uma
"guerra cambial".
A declaração virou manchete do "Financial Times"
de ontem, que também publicou um editorial sobre os
avanços econômicos do Brasil e comparou o presidente
Lula a Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul.
Desde o início do ano passado, o real se valorizou em
cerca de 27% ante o dólar.
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